Expointer bate na porta dos R$ 8 bi; faltam negócios com estrangeiros
Os números atestam o sucesso da 46ª Expointer. Os R$ 7,9 bilhões em negócios, sendo R$ 7,3 desses na comercialização de máquinas e implementos agrícolas demonstram a convicção do produtor no futuro da atividade que exercem.
Sim, depois de frustrações por causa das últimas secas, a safra 2023-24 gaúcha é promissora aos olhos dos produtores.
A outra razão é o crédito, que mesmo sendo taxado acima do que deve, está disponível.
Recorde também de público: 819 mil visitantes passaram aqui no parque Assis Brasil, 6% a mais dos 773 mil de 2022. Esse público consumiu R$ 8,6 milhões com produtos da agroindústria familiar, comprou R$ 471 milhões em carros e camionetes, R$ 55 milhões do comércio em geral e mais R$ 1,4 milhão em artesanato.
Já a comercialização de animais bateu nos R$ 11,7 milhões, 10% a menos que na edição de 2022. E boa parte desses valores com leilões de cavalos. E essa redução tem uma explicação lógica, que são os preços pagos do boi ao produtor.
Não é diferente da pecuária leiteira, cujas entidades que a representam protestaram em Esteio. E o pior, não obtiveram um retorno claro para aquilo que pedem. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro não deu qualquer sinal de que pretenda entrar na briga para tarifar as importações de lácteos, mas se mostrou disposto a ajudar a enxugar a oferta com compras governamentais.
Além das conjunturas escancaradas em Esteio, a Expointer mais uma vez foi um sucesso de conteúdo, de atrações, de criatividade. Foram nove dias de demonstração do melhor do empreendedorismo gaúcho do campo e da cidade.
O êxito dessa edição tem muitas mãos. Duas delas, coordenadas pelo brilhante cérebro de Elizabete Cirne Lima. Professora universitária, dirigente de classe e produtora rural, Beth lidera as equipes responsáveis por deixar o parque pronto para receber os criadores e animais, as empresas expositoras e o público.
Aqueles que a acompanham ficam admirados com sua lógica e praticidade que norteiam a suas decisões. Nas reuniões para resolver as questões estruturais do parque, poucas demandas ficam sem respostas e os encaminhamentos costumam ter um desfecho célere.
Na apresentação dos números da Expointer, ao lado do secretário estadual da Agricultura, Giovani Feltes, Beth Cirne Lima estava aliviada porque as metas pretendidas – um local seguro e funcional - tinham sido alcançadas. Sabe que ainda tem muito a melhorar, ao mesmo tempo em que sabe da sua competência para conseguir.
Ela falou com o Conexão Rural ao final da coletiva. Veja a entrevista em vídeo abaixo do texto.
Mas quero também deixar aqui uma sugestão provocativa aos organizadores. Nessa lista de balanço da feira está faltando o item negócios internacionais.
O pavilhão Internacional com o tempo teve o número de representações estrangeiras reduzido e pouco se fala em negócios com os gringos.
É hora de divulgar mais a Expointer junto a governos de países com potencial de parceria e trazer mais comitivas internacionais para conhecer a nossa produção primária e industrial.
A Expointer é a nossa grande oportunidade para mostrar para o mundo o melhor que fazemos.
(Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)