Uma palestra do produtor rural e presidente da Federarroz, Alexandre Velho encerrou na noite desta terça-feira (15) o 6º Ciclo de Palestras do Sindicato Rural de Tapes. Marcada este ano pelo engajamento dos produtores, que lotaram o Sindicato Rural local nas três noites de encontro, a edição foi a mais produtiva da série em termos de conteúdo produzido e mensagens deixadas.   

Velho, por exemplo, reforçou na sua apresentação a advertência feita pelo economista Antônio da Luz uma semana antes, na abertura do ciclo, sobre a necessidade de os produtores não ampliarem a área semeada de arroz no Estado sob pena de os preços encolherem na safra 2023-24.  

Além do contexto que envolve as questões relacionadas ao mercado, o Ciclo de Palestras ofereceu janelas técnicas nas quais foram exibidos novos produtos, equipamentos e  práticas de manejo para melhor performance das lavouras.

Tamanho da área definirá preços

Um levantamento da Federarroz das últimas 13 safras fundamenta a máxima de que nos anos de grande produção de arroz os preços aos produtores caem. A cada 10% de excedente de grãos, os valores são reduzidos em 17%.

Na sua fala no primeiro dia de evento, o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz foi categórico: “Será o tamanho da área de arroz que vai definir o resultado financeiro da próxima safra, disso eu não tenho dúvida”.

Para conscientizar os produtores, Velho anunciou o lançamento de uma campanha da Federarroz para manter a quantidade de área plantada do cereal.

É fundamental exportar arroz         

O equilíbrio dos preços do produto depende também da quantidade de arroz exportada. O saldo da balança do arroz entre casca e beneficiado em julho deste ano, pegando por base os últimos doze meses, foi positivo em 229,4 mi toneladas em relação ao ano anterior. As exportações do arroz em casca, que somaram 575,4 mil T contra 269, 1 mil T foram as grandes responsáveis pelo resultado, já que o nível da exportação do beneficiado caiu.

A Federarroz vai continuar incentivando as vendas para fora em parceria com suas associações filiadas. Velho pediu aos produtores do ciclo de Tapes reservarem uma parcela da sua produção para destinar à exportação.   

Último retrato não pode definir conceitos    

“Produtores de ponta projetam 10 safras à frente”. A afirmativa ilustrou a opinião de da Luz sobre as apostas no mercado da soja. Para ele não é sensato analisar a rentabilidade do negócio tendo como referência apenas um ano-safra. Por uma combinação de fatores em 2023 os preços da soja ficaram bem abaixo das expectativas dos produtores. O economista, no entanto, acredita que a tendência é de haver estabilização do mercado e recuperação gradual das cotações.

A eficácia do sistema Sulco-Camalhão

O sistema de plantio sulco camalhão foi o tema da quinta-feira (10), quando o diretor da Agtec Emerson Peres falou sobre a experiência que vem tendo com a implantação do método no Centro Técnico da empresa, em Camaquã, onde são cultivadas culturas de verão e inverno. Orientados a utilizar o sulco-camalhão em pequenas parcelas, inicialmente, os produtores também receberam do técnico informações precisas sobre a segurança e eficácia do sistema.       

A força da lavoura nos munícipios  

No primeiro dia de Ciclo de Palestras, o presidente do Sindicato Rural Genésio Ambos Moraes mostrou um cálculo feito com o Nate local do Irga que revela os valores gerados pela produção de arroz e soja na economia local. São R$ 1 milhão por dia em 365 dias por ano.