Resistência de carrapatos bovinos a carrapaticidas é tema de estudo da Secretaria da Agricultura do RS
Avaliar a distribuição regional das populações de carrapatos bovinos multirresistentes e o nível de resistência a cada tipo de carrapaticida no Estado. Essa é a finalidade de um estudo iniciado recentemente por pesquisadores e fiscais agropecuários da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Conforme a médica veterinária e coordenadora do Serviço de Doenças Parasitárias da Seapi, Nathalia Bidone, foram sorteadas cerca de 1.500 propriedades rurais, que poderão ou não ser contatadas. “Dessas, pelo menos 302 em 120 municípios serão visitadas e terão os carrapatos coletados”, afirma. Ela explica que as atividades de campo e de laboratório devem ocorrer até setembro deste ano e que a análise dos resultados deve ser concluída até março do ano que vem.
O estudo será executado por pesquisadores do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (CEPVDF) do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), e por fiscais estaduais agropecuários do Serviço de Doenças Parasitárias (SDP) do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) da Seapi.
“Para a coleta, o gado deve estar sem tratamento carrapaticida há pelo menos 30 dias, para não interferir no resultado dos testes”, pontua a médica veterinária. As análises serão feitas no Laboratório de Parasitologia do CEPVDF, em Eldorado do Sul. Durante o trabalho também serão feitas perguntas sobre o manejo da propriedade com relação ao carrapato para avaliar os fatores de risco no Rio Grande do Sul.
A demanda da pesquisa foi do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag).
O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria, Fernando Groff, conta que, com o resultado do estudo, a instituição terá dados confiáveis para encontrar soluções para essa questão sanitária. “A atuação do Serviço Veterinário Oficial (SVO) será da porteira para fora, estabelecendo diretrizes de controle da disseminação, mantendo vigilância e saneamento de focos de multirresistência, que é o problema no manejo do carrapato bovino", ressalta.
Fonte: Secretaria da agricultura