O evento da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul foi à altura da sua longeva história.  

Comemorada na Casa NTX, uma ampla e moderna casa de festas no bairro Anchieta, em Porto Alegre, a cerimônia dos 95 anos reuniu produtores, diretores e funcionários da entidade, seus familiares, dirigentes rurais de vários estados e as principais lideranças públicas e políticas do Rio Grande do Sul.

Foi uma demonstração de respeito com uma organização que quase está chegando ao seu primeiro século forte e moderna.

São muitas as pelejas em nome da agropecuária e por tabela do Estado, que começou naquele 24 de maio de 1927, durante o 2º Congresso Rural, no Teatro São Pedro, em Porto Alegre, numa época em que o contrabando de charque do Uruguai e da Argentina achatava os preços locais, precisando ser repelido.

Era época também que se implantava a indústria de laticínios e as instituições de crédito rural e se discutia a necessidade de avanços na infraestrutura do transporte do gado em pé.       

Ao longo dessas nove décadas e meia, presidentes e diretores das mais variadas raízes e municípios passaram pela Farsul. Alguns de personalidade marcante, outros mais discretos, mas todos empenhados na missão de melhorar as condições dos produtores rurais. E esses homens e mulheres fazem parte da história do Rio Grande do Sul.

Sobre a cerimônia do aniversário deste terça-feira, que foi também a posse oficial da atual diretoria 2022-2024, algumas impressões abaixo que precisam registro. E também abaixo a entrevista com o presidente da Farsul, na Casa NTX. 

1. Foi impecável a organização, com toda a estrutura, serviços e roteiro funcionando dentro do planejado.

2. Gedeão Pereira é um dirigente estimado dentro e fora das divisas gaúchas. É notável a admiração do presidente da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), João Martins com o seu fiel vice-presidente. O dirigente gaúcho se tornou amigo de presidentes de diversas federações rurais, como a da Amazônia, Muni Lourenço, que veio de longe para prestigiar o amigo.

3. Na festa da Farsul, dois senadores, o ex e o atual governador do RS, o presidente do Tribunal de Justiça do RS, representantes do Ministério Público, secretários estaduais, deputados federais e estaduais, o prefeito de Porto Alegre e outros.

4. O evento da Farsul foi um oportuno palco para o corpo a corpo dos candidatos que se revezavam de mesa em mesa no tête-à-tête com simpatizantes.

5. A única autoridade estadual ausente foi o presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira (PT). Mas ninguém chorou por isso. No espaço das autoridades, a Casa do Povo foi representada por Ernani Polo (PP).

6. Domingos Velho Lopes está bem na foto. Na sua fala, o governador Ranolfo Vieira Junior foi só elogios ao auxiliar, reconhecido pela Farsul e pelos seus pares produtores.

7. O Duas Safras foi muito valorizado na solenidade, numa demonstração de o quanto a Farsul está focada neste programa, que terá o seu primeiro seminário regional no dia 31 de maio, em Santo Ângelo.

8. Em alta conta com o presidente da Farsul, que o citou duas vezes no seu discurso, Eduardo Condorelli e o Senar-RS terão papel fundamental no planejamento e na execução do Duas Safras.

9. Numa atmosfera bolsonarista só um dos candidatos do presidente da República ao governo estadual esteve. Foi o senador Luis Carlos Heinze (PP). O ex-ministro Onyx Lorenzoni não deu as caras. Acordo de cavalheiros? Difícil!

10. Valeu a respeitosa relação da Farsul com Eduardo Leite (PSDB). O ex-governador - que pode ser o futuro também – circulou no salão, apertou mãos e deixou ser fotografado por um monte de gente. Tudo em alto nível.