Missão Duas Safras: entidades rurais e governo se abraçam para ampliar produção gaúcha

Missão Duas Safras: entidades rurais e governo se abraçam para ampliar produção gaúcha

Missão Duas Safras: entidades rurais e governo se abraçam para ampliar produção gaúcha Foi com a participação do governador do Estado, do presidente da Farsul, de lideranças políticas e do setor é que foi lançado, nesta quarta-feira (20), o programa Duas Safras. O local foi o galpão crioulo do Palácio Piratini. E o cardápio não poderia ter sido mais apropriado: churrasco. E que churrasco! Com a aplicação do programa a Farsul prevê a ampliação da produção agropecuária gaúcha em 40%, com um impacto de 7% no PIB gaúcho. Isso equivale a R$ 31,9 bi. "Nos últimos dez anos não crescemos mais por falta do cereal e nos sentimos desafiados. Pela logística, do centro oeste não virá mais. Ou nós resolvemos o problema no Rio Grande ou não teremos mais essas culturas”, disse na abertura do almoço Gedeão Pereira, presidente do Sistema Farsul ao lembrar o surgimento da ideia, quando a entidade foi procurada por diretores e técnicos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), preocupados com a falta da oferta de milho no estado. Isso deu início às conversas que resultaram no convite à Embrapa, que já vinha desenvolvendo pesquisas no uso do trigo e outras culturas de inverno para a substituição do milho na alimentação animal, principalmente para suínos e aves. A solução é nossa, a solução é gaúcha e se conseguirmos daremos um grande salto", garantiu. A análise técnica dos potenciais de cada região é o ponto de partida, já que o Rio Grande do Sul possui características diferentes dos demais estados brasileiros e particularidades climáticas e geográficas dentro do seu próprio território. Números recomendam ação A produção da safra de inverno do estado representa apenas 9% do tamanho da safra de verão. Enquanto isso, a pecuária gaúcha vem apresentando desempenho inferior em relação à média brasileira. Entre 1990 e 2019, a população do rebanho bovino teve queda de 0,5% ao ano, enquanto o país cresceu 1,3% a.a. Os abates aumentaram 0,9% a.a. frente ao país que teve 3,1%a.a. Para se ter uma ideia, Rondônia teve aumento médio de 7,6%a.a. do rebanho e 14,1% nos abates no mesmo período. No caso dos suínos, o Rio Grande do Sul viu seu rebanho crescer, em média, 1,4% a.a., enquanto o Paraná registra alta de 2,3% a.a. e Santa Catarina, 2,9% a.a. Já em relação aos abates, o aumento foi de 5,4% a.a. no território gaúcho, 3,7% a.a. em Santa Catarina e 6% a.a. no Paraná. Nas aves, o rebanho do Rio Grande do Sul aumentou 2,36% a.a., na região Centro Oeste, Goiás avança com 6,8% a.a e Mato Grosso, 7,5% a.a. A grande oferta de milho na região favoreceu o crescimento da produção. Isso também influenciou no abate. Enquanto o Rio Grande do Sul aumentou seus números em 2,9%a.a. em média, Mato Grosso registrou elevação de 7,4% a.a. e Goiás 12,2% a.a. Esse cenário está interligado à produção agrícola. A oferta atual de milho limita a ampliação dos rebanhos e, consequentemente, os abates. Ao mesmo tempo, o estado possui uma área ociosa no inverno que pode ser aproveitada para as culturas de inverno, havendo, portanto, espaço para o aumento de produção nas safras de verão e inverno. "Precisamos ousar, o Rio Grande do Sul precisa ousar. Temos que ter consciência do que nós significamos neste país continental. O Brasil já é hoje uma potência agrícola mundial. Estamos nos primeiros lugares em exportação de diversos produtos. Isso nos dá condições de nos credenciarmos para daqui 15 anos sermos a maior potência agrícola do mundo", afirmou Gedeão Pereira. Já o governador Ranolfo Vieira Júnior garantiu empenho dos órgãos e da estrutura estadual à execução do programa. "Estaremos apoiando integralmente o programa pela representação que ele tem", sentenciou. Ele também aproveitou para falar de outras ações do Executivo que irão refletir no setor. Ranolfo aproveitou para falar sobre as medidas esperados do governo relacionados à estiagem. "Sempre que aparece a estiagem sai todo mundo correndo. Quando se tem uma boa safra ninguém lembra. Temos que ver as medidas estruturantes. Essas medidas não podem ser de governo, mas de estado", concluiu. Tempo perdido O presidente do Conselho da ABPA, Francisco Turra, reforçou a necessidade da mudança do atual cenário. "Estou enjoado de ouvir notícia ruim. Como poderia calar se há dez anos éramos os primeiros em produção de aves, segundo de suínos no Brasil. Ruim para mim ouvir que Paraná lança a terceira safra, outros a quarta, e o Rio Grande do Sul, por coragem, lança agora a segunda safra, enquanto vejo que no mundo inteiro a demanda de alimento", analisou. (Fonte: Assessoria de Comunicação Farsul)