Na Farsul, ministro do Meio Ambiente se familiariza com o Bioma Pampa e com as inquietações dos produtores gaúchos
Por Alex Soares
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite visitou o Rio Grande nesta quinta-feira (30). À tarde, ele esteve na sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). O objetivo foi conhecer melhor as atividades agropecuárias do Bioma Pampa. Ele foi recebido pelo presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, por diretores e técnicos da Farsul e do Senar-RS.
"Agradeço pela recepção da Farsul. É muito bom ouvir um pouco da vida real, do que acontece de verdade. Mais Brasil e menos Brasília, e é por isso que vim aqui conhecer a realidade para que a gente possa fazer políticas públicas que vão mudar a vida de quem está aqui", comentou.
Joaquim Leite também tinha agendada uma visita à Fazenda Palma, referência de produção sustentável de grãos e proteína animal, localizada no interior de Camaquã, mas em função de compromissos de última hora ele teve de retornar ao DF e a viagem ao Interior acabou cancelada.
Ele assumiu o Ministério do Meio Ambiente em junho deste ano, no lugar de Ricardo Salles, que saiu após forte pressão de ambientalistas, políticos, inclusive aliados, e dos grandes órgãos de comunicação do Brasil.
Paulista, com formação em Administração, antes de assumir a Pasta, em junho deste ano, ele respondeu pela Secretaria da Amazonia e Serviços Ambientais e, também atuou no Departamento Florestal do MMA. Leite também foi conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e cultivou café no interior de São Paulo, entre 1991 e 2002.
O novo ministro visitou Porto Alegre um mês após o sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), constatar queda na área desmatada na Amazônia, que em agosto ficou em 918 km². No mês de agosto de 2020, o órgão tinha registrado 1.359 km² - Uma queda de 32%. O tema Amazônia é o calcanhar de aqulies do MMA e foi a principal causa da queda do seu antecessor.
Também neste setembro, mas no início do mês, Joaquim Leite assinou a Portaria 414, que institui o Programa Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, que valoriza as atividades de manejo sustentável e remunera aqueles que promovem a melhoria, recuperação, monitoramento e conservação da vegetação nativa em todos os biomas.
Anfitrião do ministro, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira valorizou a visita: "Discutirmos as questões do Rio Grande do Sul, principalmente o Bioma Pampa e suas peculiaridades, como o avanço da agricultura num processo sustentável, pois precisamos continuar produzindo alimentos.
Além de apresentar um retrato do atual estágio e da escala da agropecuária na região do Bioma Pampa, a Farsul colocou Joaquim Leite a par das preocupações dos produtores rurais gaúchos, entre as quais a insegurança jurídica gerada por decisões oficiais tomadas ou a serem tomadas sobre legislações relacionadas a questões agrárias já consolidadas.
COP 26
Os dados colhidos no Rio Grande do Sul servirão para Joaquim Leite e pela delegação Brasileira na A COP26, que é a 26a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU, que acontecerá entre 31 de outubro a 12 de novembro deste ano, em Glasgow, Escócia. O encontro vai discutir os próximos passos para a completa implementação do Acordo de Paris, o mais importante compromisso multilateral para o clima em anos recentes. Assim como tem acontecido neste tipo de encontros mundiais de clima, o Brasil deverá estar no centro das discussões.
Joaquim Leite foi mais uma das autoridades recepcionadas pela Farsul. Somente em setembro, a Farsul recebeu nas suas sedes de Porto Alegre e da Expointer, o presidente da República, Jair Bolsonaro, o seu vice-presidente, Hamilton Mourão, os ministros brasileiros Tereza Cristina (Agricultura); Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência); Walter Braga Netto (Defesa); Gilson Machado (Turismo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além do ministro da Agricultura do Uruguai, Fernando Mattos e do embaixador interino dos Estados Unidos, Douglas Koneff.