Dirigente arrozeiro busca em Brasília suportes para fomentar exportações
Por Alex Soares
O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, cumpriu agenda em Brasília, na semana passada. No roteiro, que segundo ele relatou ao programa Conexão Rural do último sábado (21), estiveram audiências na Embrapa, em setores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e à Confederação Nacional da Agropecuária (CNA). Velho esteve dois dias em Brasília, onde foi acompanhado pelo assessor especial do Irga, José Carlos Pires.
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Na Embrapa, a conversa foi com o presidente da instituição, Celso Moretti, que garantiu a continuidade da parceria com a Federarroz no tocante a Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que vem sendo realizada há três anos na unidade de Capão do Leão da instituição. Também foi tratado sobre o estreitamento das relações técnicas entre as unidades da Embrapa Clima Temperado (RS) e a de Arroz e Feijão, de Santo Antônio de Goiás (GO), além do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) para desenvolvimento de pesquisas.
Na CNA, o representante doa arrozeiros esteve com a diretora de Relações Internacionais da entidade, Lígia Dutra. Na pauta da reunião a abertura de mercados para o arroz na América Central. O Panamá, assim como os seus países vizinhos, estão na lista de futuros importadores do arroz gaúcho e brasileiro e a Federarroz busca na expertise da confederação ferra,entas para derrubar obstáculos e avançar na sua meta.
O mercado externo do arroz também foi assunto no Mapa, em audiência com o Diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento da Pasta, Silvio Farnese (foto). Já com o diretor do Departamento de Cooperativismo e Acesso a Mercados, Márcio de Andrade Madalena, ficou acertada a participação da Federarroz na Expo Antad & Alimentaria, no México, em outubro deste ano, na qual o Mapa terá um espaço físico para divulgar o agronegócio brasileiro. Alexandre, que irá convidar empresas do setor para participar da missão, vê na Expo Antad uma preciosa oportunidade para prospecção de negócios com os mexicanos, cuja população é de quase 130 milhões de habitantes, e com mercados de outras nações.
Também entrevistado no programa de sábado, o presidente da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana, Roberto Fagundes Ghigino relatou conversa que ele e outros dirigentes arrozeiros tiveram como governador gaúcho, Eduardo Leite, na última sexta-feira (10), em Uruguaiana. Ao entregaram dois ofícios a Leite - um da associação e o outro da Federarroz -, eles reforçaram a preocupação dos produtores de arroz com os rumos da autarquia de pesquisa. "Colocamos ao governador que a situação é insustentável, a pesquisa do Irga está parada e os servidores sem nenhum estímulo", descreveu Ghigino, que também é vice-presidente da Federarroz.
Segundo o produtor, o governador teria dado a entender que, agora, com a situação financeira do estado mais sob controle, seria possível o repasse integral da CDO (Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura) ao instituto. Já faz algum tempo que apenas uma parte dos mais de R$ 100 milhões arrecados dos arrozeiros são de fato utilizados pelo Irga, com o restante sendo direcionado ao caixa único do Estado.
Sobre o atual cenário da comercialização do arroz, tanto Velho quanto Ghigino avaliam ser um momento de preços ajustados, mas de preocupação por causa do aumento dos custos da lavoura. "Quem ainda não comprou os fertilizantes vai se assustar; o aumento vale também para os agroquímicos e outros insumos", alertou o presidente da Federarroz, que estima em R$ 10 mil por hectare o custo do próximo ciclo.
Exportações em queda
Sobre a correlação feita na semana passada pelo Sindicato da Indústria do Arroz (Sindarroz) entre o aumento dos valores cobrados pelos fretes internacionais com a redução das exportações de arroz verificada neste último trimestre, Alexandre Velho concorda parcialmente. "Esse é um dos motivos, mas não é o principal. O que temos que ter em mente é que se a falta de containers e o preço do frete prejudica a nós, prejudica os concorrentes também", ponderou, ao comentar que o comércio internacional possui uma ampla complexidade e que o evento do México será também importante para entender melhor o funcionamento dessas relações comerciais internacionais.