Representando os produtores ameaçados com o atual projeto cartográfico do Rio Grande do Sul, que torna áreas produtivas como sendo de preservação ambiental, o coordenador da Comissão de Meio Ambiente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Domingos Velho Lopes, apresentou, na tarde desta segunda-feira (12), em reunião no Palácio Piratini, os argumentos técnicos e históricos que questionam o mapa hidrográfico oficial.

Velho Lopes, acompanhado dos assessores da Farsul Marcelo Camardelli e Luis Fernando Cavalheiro Pires, foram recebidos pelo chefe da Casa Civil do Estado, Artur Lemos Junior e pela presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Marjorie Kauffmann. Também participaram da reunião o deputado estadual Sérgio Turra (PP), o prefeito de Dom Pedrito, Mario Augusto Gonçalves (PP), o vereador Patrício Jardim Antunes e representantes do Sindicato Rural de Dom Pedrito.

“É um problema sério, que tem causado grande preocupação, justamente por promover a injustiça, já que a realidade da origem dos cursos hídricos dentro das propriedades é bem diferente da dos mapas”, destacou Velho Lopes.

Ele explicou que a atual base cartográfica inviabiliza boa parte das lavouras, o que vai atingir diretamente na produção e na renda de muitos lavoureiros.

A principal discordância é com a elaboração da cartografia oficial, que transforma os cursos d'água antrópicos, ou seja, artificiais, construídos para se adequarem à estrutura de irrigação das lavouras, em subafluentes naturais, que exigem recuperação e proteção da vegetação em seu entorno.

Sem Licença de Operação

Velho Lopes explicou na reunião que a distorção vem causando muita angústia entre os produtores de diversos municípios da zona costeira da Lagoa dos Patos e da Campanha. “São produtores de Santa Vitória do Palmar, Dom Pedrito, Pelotas , Mostardas e de Camaquã que na hora de solicitar as renovações de suas Licenças de Operação (LO) se depararam com esse absurdo", reclamou Velho Lopes, que também é produtor de grãos no Litoral Norte.

Os argumentos técnicos da Farsul, compiladas num extenso documento argumentativo, será agora encaminhado pelo governo aos técnicos responsáveis pelo assunto na Secretaria Estadual do Meio Ambiente e nos seus respectivos setores especializados que, de acordo com o que foi anunciado ao final da reunião, apresentarão assim que possível um novo parecer técnico.  

Por Alex Soares