Diretor-técnico do Irga pede para sair
Seis meses após o Instituto Riograndense do Arroz (Irga) empossar a sua nova diretoria, a primeira baixa se anuncia. Trata-se do engenheiro agrônomo Ricardo Kroeff, servidor de carreira, que vem respondendo pela Diretoria Técnica da instituição.
Kroeff já comunicou aos colegas e ao presidente do instituto, Ivan Bonetti, a sua intenção de ficar no cargo somente até o fim deste mês de maio.
Insatisfações acumuladas são as causas da saída. Entre elas está a dificuldade em executar projetos técnicos que visam transferir tecnologia e informações aos produtores. Porém, a letargia no processo de implantação do propalado plano de reestruturação do Irga contribuiu para a decisão.
Ao assumir o cargo, Bonetti e o então secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho, entregaram ao governo estadual o projeto, que tinha por objetivo final o ressarcimento integral dos valores da taxa CDO (Contribuição e Defesa da Orizicultura) ao Irga. Hoje, esses recursos cobrados da produção e que ultrapassam os R$ 100 milhões anuais, são direcionados para o caixa único do governo do Estado, o qual repassa apenas uma parte disso ao instituto.
Letargia e submissão
A adoção das medidas, cuja lentidão já vinha causando desconfiança, perdeu ainda mais credibilidade com a informação de que o súper-secretário estadual Claudio Gastal (Governança e Gestão Estratégica, Planejamento, Orçamento e Gestão) sugeriu, há cerca de 10 dias, a um membro do Conselho do Irga, a inclusão do Sindarroz (Sindicato das Indústrias do RS) e Fearroz (Federação das Cooperativas do RS) no grupo de discussões do plano de reestruturação do Irga. A repercussão interna não poderia ter sido pior, já que que isso significa mais delongas.
A falta de autonomia em decisões internas, muitas delas triviais, causadas pela excessiva submissão do atual comandante do Irga à Secretaria Estadual da Agricultura é outro fator que desagrada os funcionários e integrantes do Conselho, formado em sua maioria por produtores.
Ricardo Machado Kroeff é um dos servidores mais respeitados do instituto e um dos mais benquistos pelos colegas. Ele também é produtor de arroz no Vale do Cai.
Por Alex Soares