Um programa de R$ 12 bilhões – Farsul lidera movimento para aumentar a produtividade pecuária no Sul e incentivar as culturas de inverno no Norte  

Um programa de R$ 12 bilhões – Farsul lidera movimento para aumentar a produtividade pecuária no Sul e incentivar as culturas de inverno no Norte  

Entrevistado na edição deste sábado (13) do Conexão Rural o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira falou com empolgação sobre o convênio que vem sendo construído entre a entidade que dirige, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para criar soluções às demandas da agropecuária gaúcha. “São ferramentas que atenderão as expectativas das metades sul e norte do Rio Grande do Sul”, explicou o presidente, ao falar que o trabalho tem como base os perfis e potrenciais produtivos das duas regiões.  

Assista abaixo a entrevista de Gedeão na íntegra, dada neste sábado, 13 de março

Para Gedeão enquanto o Sul experimenta o avanço da soja, a sua tradicional atividade pecuária precisa de mais atenção em função da redução da área e da sazonalidade da produção integrada. Como a solução para fomentar a produção passa pelo aumento da população bovina por hectare a sugestão da Farsul é investir na qualidade da alimentação animal com o incremento e aperfeiçoamento das variedades forrageiras.

“Em abril e maio temos o azevém e a aveia, herdadas da soja, e em setembro e outubro, quando começa o novo ciclo, onde e como engordamos os animais?”, questiona Gedeão.  

“A pecuária não paga a conta da agricultura, mas garante a comida na mesa do produtor”, disse o presidente da Farsul.

Já para a Metade Norte a aposta do programa, liderado pela Farsul, é nas pesquisas para ampliar a produção das culturas de inverno e com o objetivo de suprir as necessidades de consumo das cadeias suína e avícola. “Enquanto no Paraná, beneficiado pela proximidade do Brasil Central e as suas duas safras, esses nichos crescem, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina a produção de suínos e aves estacionou nos últimos anos”, informa Gedeão, ao comentar que uma das causas é a menor oferta da ração e consequente aumento dos custos.

Para compensar as dificuldades de avanço da área destinada ao milho, causadas pelo protagonismo da soja, a alternativa será a de incentivar o maior cultivo das culturas de inverno que atendam à demanda de consumo das proteínas animais. “Usamos apenas um quarto da área de soja para o cultivo das culturas de inverno, o restante se limita à cobertura vegetal”, lamenta o dirigente, ao dizer que o projeto nasceu de uma conversa entre ele e o presidente do Conselho Consultivo da ABPA, Francisco Turra. A partir deste contato, surgiu a ideia de convidar as unidades da Embrapa de Concórdia e de Passo Fundo, que irão comparar o valor energético de variedades de triticale, cevada, trigo ração e centeio em relação ao milho e suas adaptabilidades regionais.

“Precisamos, agora, ligar os pontos e convergir esforços, pois destinação ao que produzimos nós temos. Os estudos mostram que nesses próximos dez anos haverá um aumento contínuo e substancial por grãos e carnes no mundo”, pontuou Gedeão, que também é diretor de Assuntos Internacionais da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA).

Na entrevista, dada ao jornalista Alex Soares, o dirigente destacou estudo do time econômico da Farsul, que aponta a geração de uma renda extra da ordem de R$ 12 bilhões aos produtores com a adoção das medidas pretendidas.

O presidente da federação também falou sobre a recente decisão tomada pelo Conselho de Política Fazendária (Confaz) de renovar o Convênio 100, que alivia a tributação sobre os insumos agrícolas e informou sobre o avanço das negociações com o Sicadergs relacionadas ao fim da Taxa de Frio, aplicada pelos frigoríficos gaúchos para compensar as perdas causadas pelo resfriamento das carnes.   

 Assista a entrevista na íntegra, dada neste sábado, 13 de março