Custos não batem e tabela de preços do tabaco 2021 não sai
Terminou sem acordo a primeira rodada das negociações entre representantes dos produtores de tabaco e das indústrias do setor sobre o valor a ser pago pelo produto este ano. Foram encontros presenciais e individuais na sede da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em Santa Cruz do Sul, nestas terça (25) e quarta-feira (27).
(Veja os percentuais apresentados por produtores e empresas)
Principal obstáculo para um entendimento é a expressiva diferença entre os cálculos da variação dos custos de produção. Para a Alliance One, esse aumento percentual oscilou positivamente em 4,43%, enquanto na tabela dos produtores o valor é 7%. Não é diferente entre as planilhas da Universal Tabacos, que propõem uma reposição de 4,95% na variedade Virgínia, e a dos seus parceiros produtores, que pedem 10,35% de reajuste.
O valor do quilo do Virgínia TO1 da safra 2019-2020 ficou em R$ 12.03. Já a variedade Burley T2 foi valorizada em R$ 9,40.
Na primeira estimativa de safra da Afubra, feita no final de 2020, os dados apontaram para uma produção de 606.952 toneladas no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. É uma redução de 4% em relação à safra passada. Os números finais devem também apontar para uma área plantada de 273.3 mil hectares – 20 mil ha a menos do que em 2019-2020.
Tabela conjunta
Com a Afubra participaram dessas reuniões as federações da agricultura dos três estados (Farsul, Faesc e Faep), assim como a dos trabalhadores rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep). Eles se reuniram com enviados da Souza Cruz, Philip Morris, JTI, Universal Leaf, Alliance One, China Brasil, CTA e Premium Tabacos.
Uma das grandes insatisfações dos produtores é que a elaboração das tabelas de custos é feita individualmente pelas empresas, sem a participação dos produtores. Eles acreditam que o levantamento feito em conjunto evitaria equívocos e não se perderia tempo com longas discussões.