Otimismo e orgulho pela atividade. Expectativa por medidas mais profundas, que partam do Poder Público, para gerar segurança ao setor e beneficiar a sociedade. Essa é a síntese da mensagem do presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Gedeão Pereira, ao abrir, nesta quarta-feira, o tradicional balanço de final de ano da entidade.(Um compacto das sua fala está em vídeo abaixo do texto)

A fala do dirigente acontece no fim de um ano marcado pela forte estiagem que causou perdas na produção da soja, e na de milho, que acabou impactando também na cadeia da proteína, sobretudo na de aves e suínos. Gedeão lembrou da mobilização política e técnica da entidade junto aos ministérios da Agricultura e da Economia em busca da agilização dos mecanismos para minimizar as perdas.

O presidente da Farsul avalia que a valorização inédita dos produtos agrícolas ao longo do ano ajudou, de certa forma, a compensar as perdas dos produtores gaúchos. “O produtor, de um modo geral, está acreditando e está investindo como nunca no setor”, disse.

Mesmo assim, reconhece ele, pouco se andou em frentes de ações que combatam a seca. Gedeão imputa a falta de soluções aos obstáculos da legislação ambiental, que faz o produtor desanimar de implantar reservatórios. Mais tarde, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Farsul, Domingos Velho Lopes detalhou as dificuldades.   

Como ponto de avanço, Gedeão também citou o encaminhamento do processo de modificação do status sanitário do Estado, que em maio de 2021, deverá ser decidido pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). A mudança, aprovada em votação pelos sindicatos rurais filiados, mas ainda sob desconfiança de parte dos produtores, irá trazer vantagens comerciais para a pecuária gaúcha em médio prazo.

REFORMAS URGENTES

Por outro lado, Gedeão Pereira mostrou preocupação com a estagnação dos encaminhamentos das reformas pretendidas pelos governos federal e estadual. No caso da tributária, ele lembrou que a Farsul trabalhou a favor da Reforma Tributária pretendida pelo governo Eduardo Leite, com o objetivo de criar um modelo definitivo e mais justo de tributação, evitando assim o atual debate em torno da manutenção de um sistema temporário e com taxas de ICMS fora da realidade.

Além de Domingos Velho, falaram na sequência o superintende do Senar-RS, Eduardo Condorelli e o economista-chefe do Sistema Farsul. Antônio da Luz.  

Veja um compacto da fala do presidente da Farsul.