CHAT CONEXÃO - AS VERDADES DO AGRO BRASILEIRO SÃO TRUNFOS IRREFUTÁVEIS

CHAT CONEXÃO - AS VERDADES DO AGRO BRASILEIRO SÃO TRUNFOS IRREFUTÁVEIS

O Conexão Rural debateu na sua edição de sábado (7) os efeitos da eleição americana e da pressão ambiental que países da União Europeia, investidores e outras organizações exercem sobre o Brasil e na sua produção agropecuária. (Assista ao vídeo abaixo do texto)

O chat em vídeo, transmitido pelas plataformas das rádios Acústica FM e Conexão Rural on line reuniu o ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Francisco Turra, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Farsul (Federação da Agricultura do RS), Domingos Velho Lopes, e os empreendedores rurais Donário Lopes de Almeida e Betania Longaray Fonseca.

Ponto unânime entre os participantes é que são poucas as chances de a mudança do comando político americano oferecer maiores influências no setor rural brasileiro. “Damos uma dimensão maior do que deveríamos às eleições americanas. O certo é que se o clima nos ajudar e Joe Biden fizer o que tem que fazer não vamos ter maiores problemas”, resumiu Turra, se mostrando mais preocupado com o impacto da falta de chuvas em algumas regiões produtoras do país do que com os fatores externos.

Reforçando a máxima de que “países não têm amigos e sim interesses”, Turra comentou que no comércio de proteína animal Brasil e Estados Unidos são fortes concorrentes, com ênfase na exportação de aves e, com menor intensidade, na cadeia suína.

Para ilustrar o seu ponto de vista de que as relações pessoais entre governantes não significam vantagens para este ou aquele lado, Turra lembrou a nula influência do presidente Donald Trump para facilitar o fim do desbloqueio à importação da carne bovina brasileira, mesmo havendo uma aparente sintonia entre ele e o colega brasileiro Jair Bolsonaro. “Ou seja, ele (Trump) não foi tão bonzinho assim, né?”, comentou.  

DEFESA DA SUSTENTABILIDADE

Ao dissociar o Partido Democrata, vitorioso das eleições americanas deste ano, da doutrina social-comunista, Domingos Velho Lopes acredita que de fato haverá uma nova postura da Casa Branca no campo ambiental e, consequentemente, uma cobrança maior da adoção de políticas voltadas à preservação no Brasil. “Sim, eles vão se concentrar neste mote e cabe ao Brasil dar essa respostas, trabalhando de forma organizada e inteligente, aperfeiçoando e mostrando o modelo de produção sustentável que já utilizamos”, ponderou Velho Lopes.

Ele sublinhou que o desenvolvimento sustentável é uma bandeira empunhada conjuntamente pela Farsul e pela Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), sob a seguinte lógica: a atividade rural é uma fonte de recursos; ela indo bem, menos se interferirá nos recursos naturais. “E cabe dizer que no Brasil, infelizmente, o viés ambiental é usado como ferramenta política, de acesso ao poder e isso não é novo”, pontuou, ao lembrar polêmicas marcantes como as dos índices de produtividade dos campos e da transgênia, que tiveram a produção rural como alvo num passado recente.

Domingos Velho admite a existência de equívocos e que estes devem ser corrigidos, mas isso não pode ser imputado aos produtores, que vêm aumentando as suas colheitas sem a ampliação de área. Sobre a região amazônica, epicentro do debate ambiental mundial, o agrônomo elogiou a posição adotada pelo atual governo federal, que na sua visão, vêm dando respostas convincentes aos questionamentos externos.

Ele citou a atuação do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que comanda o Conselho Nacional da Amazônia, na fundamentada resposta dada aos grandes fundos de investimento estrangeiros, que ameaçaram, no primeiro trimestre deste ano, repensar suas aplicações de capital no Brasil.

MAIS ORIENTAÇÃO, MENOS PUNIÇÃO

Sobre a pressão do apelo ambiental na produção, a empreendedora rural Betania Longaray Fonseca, apesar de notar avanços na relação órgãos de estado-produção, defendeu uma fiscalização mais orientativa do que punitiva, Ela também enxerga uma mudança na imagem do produtor rural nos olhos da sociedade.

“Aquela ideia de que quem produz agia como vilão da natureza mudou bastante e o produtor precisa aproveitar isso em seu benefício, valorizando e investindo nessa condição de protagonista do tripé desenvolvimento-sustentabilidade-papel social”, disse ela ao sugerir a informação como principal arma para desmistificar os preceitos criados tanto pelos produtores quanto pela sociedade.

 

RASTREABILIDADE COMO ALIADA

O descolamento da política do mercado nos Estados Unidos também foi destacado pelo produtor rural Donário Lopes de Almeida. “Nada muda nas relações dos negócios; os EUA continuarão um país capitalista e pragmático”, afirmou.

Para Donário, a questão ambiental e suas implicações devem ser olhadas com atenção, mas o que mais deveria preocupar o setor produtivo rural no Brasil, agora, é o novo perfil de consumidores que surge no mundo, mais exigente sobre a origem dos alimentos. “E o nosso desafio será o de entender isso e atender bem esses questionamentos, que são absolutamente legítimos”, refletiu, ao declarar que é obrigação do setor ser transparente na rastreabilidade do que produz.

Donário acredita que essa transparência tem que passar a fazer parte de uma nova narrativa, que mostre os aspectos positivos da produção: “Nossas verdades são positivas e temos que explorá-las mais”, sugeriu ele ao criticar a forma como o setor ainda se comunica com a sociedade.  

OPORTUNIDADES

O executivo também comentou que o momento é favorável ao Brasil, que sairá fortalecido no pós-pandemia. Além do alimento brasileiro mais valorizado em todos os cantos do mundo, ele citou o considerável aumento do volume de investimentos nas empresas nacionais de tecnologia voltadas ao setor.

Por Alex Soares 

Assista ao debate abaixo