SETEMBRO DE CONTRASTES: EXPORTAÇÕES DO BRASIL AUMENTAM E GAÚCHAS RECUAM
Coluna Quarta-feira, 14 de Outubro de 2020
MAIOR PARTICIPAÇÃO DO AGRO NAS VENDAS EXTERNAS
As vendas do agro brasileiro para o exterior em setembro chegaram a US$ 8,56 bilhões, 4,8% a mais que no mesmo mês de 2019. Com as escaladas mensais sempre superando as do ano passado, a participação dos produtos agrícolas nas exportações totais do Brasil vem aumentando. Neste setembro chegou a 46,3%, enquanto no mesmo mês de 2019 era 40,2%.
RECUO NO RS
Já as exportações gerais da indústria gaúcha tiveram, em setembro, queda de 25,4% em relação ao mesmo mês de 2019. Esse é o 12º recuo consecutivo de volume e valores de vendas para outros países, que alcançaram US$ 827,8 milhões neste setembro, contra US$ 1,1 bilhão do nono mês do ano passado. A redução das compras chinesas de tabaco e químicos pelos chineses são apontados como fundamentais para estes números fracos da indústria.
Exportações RS setembro 2020 (comparação com setembro de 2019)
Químicos/ - 28%
Tabaco/ - 61,1%
Carros/ - 40.8%
Produtos de metal/ + 38,5%
QUEDA SIGNIFICATIVA
Sobre as vendas da indústrias de Tabaco do RS a China simplesmente não comprou o produto em setembro, segundo o levantamento da Fiergs. A Bélgica, outro comprador tradicional, reduziu suas compras à metade.
FRANGO E SUÍNOS
Mesmo as exportações de alimentos do RS tiveram queda em setembro. O recuo geral foi de 3,7%. Carne de frango reduziu as vendas em 13,6%. O que evitou uma queda maior foi a venda de suínos, que exportou 68,9% a mais em setembro sobre o setembro anterior. No acummulado do ano, porém, existe muita gordura a queimar, com um incremento de quase 60% nas exportaçõe de alimentos.
PARCERIA
Em seminário virtual na última segunda-feira, a ministra da Agricultura de Portugal, Maria do Céu Antunes, defendeu o acordo Mercosul-União Europeia. No encontro, em que participou a sua colega brasileira Tereza Cristina, Maria Antunes reforçou o que ela classificou como defesa do seu país desde o primeiro momento: “Continuamos empenhados para que rapidamente este acordo possa ser posto em prática, pois todos ganharão”, disse.
EM CASA PÓS-PANDEMIA?
Houveram reações à manifestação deste colunista, na edição do programa Conexão Rural do último sábado, em relação à resolução assinada no último dia de gestão do ex-presidente do Instituto Riograndense do Arroz, Guinter Frantz, instituindo o cumprimento da jornada de trabalho dos servidores no esquema home office mesmo no pós-pandemia
NO PAÍS DAS MARAVILHAS
O colunista mantêm sua posição crítica a essa prática, e, ao contrário do que tem pregado a “Senhora Presidenta" do Irga em grupos de WhatsApp, deixa claro aqui que não fez nenhuma generalização, mas sim questionou a intenção de dois ou três servidores da área administrativa, com poderes acima do normal numa gestão vulnerável. O que, aliás, deverá ser corrigido em breve.
SEM FUNÇÃO
Num momento em que se busca fortalecer o instituto, enfraquecido nos últimos anos por governos indiferentes e comandos relapsos, deixar sua sede recém conquistada vazia parece não ser um bom negócio. Caso persistam na ideia, o mais razoável seria sugerir também a entrega do prédio da Avenida Farrapos, na Capital. Com certeza o Estado daria a eles uma finalidade.
CORRESPONDÊNCIA
Abaixo, carta enviada pelo Sindicato dos servidores do Irga à coluna. Ela é assinada pelo presidente Gilberto Acosta Silveira e pelo seu vice Egon Paulo Wolff.
“A Diretoria do Sindicato dos Servidores do IRGA – Sindsirga, representada pelos abaixo assinados, vem manifestar seu veemente repúdio aos termos utilizados para se referir aos servidores das áreas administrativa, comercial e técnica que exercem suas atividades no prédio da Sede do IRGA em Porto Alegre, no programa radiofônico de sábado passado, 10 de outubro. Os servidores têm demonstrado, nos dias que se seguiram, a sua indignação e inconformidade com o que não condiz com a verdade dos fatos.
Os servidores que ali labutam, o fazem com competência, entrega e profissionalismo, mesmo não sendo valorizados na medida em que deveriam, recebendo os salários mais baixos de toda a matriz salarial do Estado.
Todos os serviços estão em pleno funcionamento e sendo cumpridos rigorosamente no regime atual de teletrabalho, apesar de todas as dificuldades que o país e o mundo atravessam em função da epidemia.
Causaram grande perplexidade os termos em que foram colocados, pois eles não condizem com a realidade, e são uma afronta aos servidores que são, e estão, comprometidos com o IRGA.
Cumpre registrar que quaisquer esclarecimentos em relação aos termos da Resolução publicada no Diário Oficial são de responsabilidade da Diretoria do IRGA que assinou e publicou.
Por fim, o Sindsirga defende os interesses e direitos de todos os seus associados, sem exceção ou preferência, não importando a área, a lotação ou quadro a que pertencem, do mais humilde ao mais graduado. Cada um é um elo de uma corrente que, juntos e ligados, levam o IRGA a cumprir suas finalidades com qualidade e excelência”
RÁPIDAS
Cotado - Servidor de carreira da Cesa, João Francisco de Souza Aguiar é cotado para diretoria Comercial do Irga.
Conveniência - Bem que a “Presidenta” do Irga e alguns aliados dela poderiam usar sua energia e voz nas vezes que o colunista se indispõem com um monte de gente (que manda mesmo) para defender o Irga.
Passe recorde - A terneira Escarapela, da Fazenda Esperança, de Alegrete, foi valorizada em R$ 112 mil, recorde da raça Braford. Teve 50% do seu passe adquirida por Diogo Breyer, da Cabanha Don Pedro. Ela ficará na fazenda para a coleta de embriões.
Resistência
Não é fraco o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Levando sarrafo de todos os lados, ele continua sendo respaldado pelo chefe Bolsonaro.
Se correr o bicho...
Não é fácil governar: se Bolsonaro cede e demite Salles, admite publicamente que a sua política ambiental é errática.
Se ficar....
Com Salles no cargo, divide o ônus do desgaste. O problema é que oposição, ONGs e a imprensa consorciada sempre elegerão uma bola da vez para se divertir.