Coluna, quarta-feira, 9 de setembro de 2020

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Frase do dia 
"Estão chegando inúmeras reclamações de consumidores de todas as cidades e estados do país quanto a aumentos de mais de 80% em alguns produtos"

Trecho de carta enviada ao ministro da Economia Paulo Guedes, assinada pela Comissão de Defesa do Consumidor da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e pela Associação Nacional do Ministério Público do Consumidor e pelo Procon.

"Não é culpa do produtor"  

Fez bem a Confederação Nacional da Agropecuária, ontem, através do seu superintendente técnico, Bruno Lucchi, em afirmar que a alta de alguns produtos da cesta básica não é responsabilidade do produtor. Diz a CNA: “O produtor não está tirando vantagem sobre os outros elos da cadeia, apenas recuperando preços com o consumo aquecido. Preços esses sempre acompanhados pela alta anual no custo para produzir”, disse Lucchi, ao reafirmar o compromisso do setor agropecuário de garantir a oferta de comida à população. 

Disparada 
A manifestação da CNA vem um dia após a divulgação de um levantamento do Dieese, que indicou aumento significativo de itens da cesta básica em 13 de 17 capitais do país. Dos 13 componentes da cesta, arroz, feijão e óleo de soja lideram as altas registradas. 

Bola da vez 
Por razões diversas, de tempos em tempos, um ou outro produto básico ganha as manchetes e vira meme nas redes. Há dois anos, o tomate foi a celebridade.  

Explosão 
Nessa nova ordem dos preços, o novo são os efeitos da pandemia, com a mudança dos hábitos do povo sendo o principal deles. Clima de guerra instalado, primeiro as famílias estocaram alimentos, depois usaram os bilhões da ajuda emergencial para esvaziar mais as prateleiras.

Oferta x Procura 
O fato é que está em plena vigência a regra mais antiga do mundo: o raro é mais caro. O arroz e o óleo de soja são emblemáticos.
Com a safra da soja de 2022 já sendo vendida para fora, era previsível a falta da matéria prima para o azeite.

Combinação 
Já no arroz, o Dólar alto dificultou a importação e a exportação pode até ter ajudado, mas as razões da variação dos preços são mais internas. Além do alto consumo, uma produção menor colhida por  produtores mal remunerados. Tudo coincidiu. 

Preços falsos 
A defesa da CNA é justa porque esse aumento de preços é consequência de um um contexto anterior à pandemia. Enquanto a indústria rifar o produto para um varejo fazer chamarisco com arroz barato nas portas dos supermercado a cadeia sempre será remunerada num falso patamar. E se tem alguém que deve se entender são esses dois elos. O produtor apenas continuará a fazer o de sempre.  

Tarifa vai cair 
Até a sexta-feira o governo federal, através da Câmara do Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Economia, deverá anunciar o zeramento da taxa de importação de alguns alimentos. Entre eles está a do arroz, que deverá ter a TEC -Tarifa Externa Comum - derrubada para entrada de até 500 mil toneladas. 

Pressões 
A decisão seria palaciana, já que a pressão não é mais apenas da indústria. Um exemplo é o pedido do Procon e da OAB ao ministro Paulo Guedes (Economia) de uma atenção especial para as exportações de alimentos, que poderiam comprometer o abastecimento. A ala mais política do governo teme desgastes com a volta da inflação, o que vem sendo negado pela economia.

Expointer Digital quebrou paradigma
Não foram divulgados os valores dos negócios da Expointer Digital Máquinas Agrícolas, mas a avaliação dos seus organizadores é positiva, principalmente pelo interesse demonstrado. "O novo sempre assusta. Agricultores e empresas não estavam acostumados com este formato. A partir de agora, teremos a Expointer física junto com a digital. O modelo digital veio para ficar e completar o presencial”, diz Cláudio Bier, presidente do Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas do RS, o Simers.  

Lembrança 
Sobre a feira presencial, Bier lembra que em 2001 a nova localização do setor no parque teve muita resistência das empresas. "Foi difícil convencer os expositores a irem para uma área de várzea, mas dois anos depois tinha fila de espera para montagem dos estandes”.

Homenagem
Realizada de 29 de agosto a 6 de setembro, o portal recebeu 42 mil acessos de 27 países e do Brasil. A iniciativa também homenageou os 50 anos do Parque Assis Brasil, palco da Expointer. Por causa disso, o  Simers manterá o site expointerdigitalagro.com.br em operação até 4 de outubro.