Eduardo Leite não terá mais vida fácil na Assembleia
Segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Frase do dia
“Nenhum desses grupos ou governos estrangeiros, que gostam muito de fazer alarmismo com a Amazônia, ofereceram qualquer ajuda num dos nossos piores momentos”.
(Muni Lourenço, presidente da Federação da Agricultura do Estado do Amazonas (FAEA)
Covid-19 mudou as relações
O período de paz e amor do governador Eduardo Leite com os deputados não tucanos da sua base parece ter ficado para trás. De uns dois meses para cá, nota-se uma crescente má vontade dos parlamentares, sobretudo do MDB e do Progressistas, mais numerosos, com os projetos que partem do outro lado da Rua Duque de Caxias. Isso, depois daquele que talvez tenha sido o melhor primeiro ano de uma gestão executiva na relação com a sua Assembleia Legislativa, que aprovou tudo de Leite, inclusive as privatizações e a Reforma Previdenciária.
O complicado esquema de distanciamento social, implementado pelo governo estadual para frear o avanço da Covid-19, que tem provocado uma imprecisa, mas alta taxa de óbitos empresariais, tem trazido mais críticas do que elogios. Captadores do sentimento das ruas, os deputados incorporaram a rejeição. Como não há sinais de reversão dessa rejeição a curto prazo, todas as matérias do Piratini terão tramitação complicada a partir de agora. A mais emblemática delas será a reforma tributária, que poderá inclusive, ter postergado o seu encaminhamento para o ano que vem.
Presidente da AL confirma dificuldades
Na entrevista que deu no programa Conexão Rural do último sábado (1), o presidente da AL-RS, Ernani Polo não poupou críticas à adoção e manutenção das bandeiras pelo governo. O deputado progressista falou que “a falta de previsibilidade gerou um esgotamento da população com o sistema e isso chegou ao limite”.
Ernani Polo previu dificuldades para aprovar qualquer texto que mexa com tributos, especialmente aqueles que indicarem aumento da carga. Ele se referiu às discussões da nova reforma, que ainda não foi protocolada na AL, como “momentos de intensos debates” e de “muita resistência” por parte dos colegas deputados.
Produção x Ambiente
Repercutiu no final de semana a entrevista dada pelo presidente da Federação da Agricultura do Estado do Amazonas, Muni Lourenço Silva Junior (foto) ao Conexão Rural. De forma objetiva e sem vitimismo, o dirigente informou sobre a produção rural da região amazônica, que reúne mais de 1 milhão de produtores, e criticou o que chamou de “narrativa deturpada” da realidade. “Sim, é possível, e é o que buscamos: combinar produtividade com preservação, utilizando a racionalidade e a tecnologia”, disse Lourenço, que também preside a Comissão do Meio Ambiente da CNA - Confederação Nacional da Agropecuária.
Troca contestada
Não pegou bem entre os funcionários do Irga a nomeação do advogado Affonso Samuel Sala para o cargo que vinha sendo exercido pelo agrônomo de carreira do instituto Ricardo Kroeff. Sala terá um CC padrão AS-6, e oficialmente será assessor da Presidência do órgão.
Desrespeito
A nomeação é mais um episódio do balcão de nomeações políticas em que se transformou o Irga no atual governo. É nítido o desrespeito do governo Eduardo Leite com o instituto, que tem um presidente que nada manda e um corpo de diretores incompleto e frágil, além de um quadro de servidores diminuto. Os que restaram ganham pouco e estão insatisfeitos com tudo, a começar pela desestruturação. A desorientação é geral e o futuro é incerto.
Mais uma
Pela primeira vez em três décadas, o sindicato que defende os interesses dos servidores do Irga está sem um espaço físico fixo. Por cortesia, em todos esses anos, as diretorias sediavam uma sala no prédio do órgão. Isso mudou este ano, desde que o Irga transferiu a sua sede administrativa para a Avenida Farrapos, em Porto Alegre. Depois de uma longa espera por uma resposta, o presidente do SindsIrga, Gilberto Acosta recebeu um ofício do presidente Guinter Frantz, que informava não haver sala disponível. Para constar: a atual sede é estupidamente maior que a antiga.
Bolsonaro em Bagé
Na visita do presidente Jair Bolsonaro a Bagé, na última sexta-feira (31), o diretor da Federaroz, Cristiano Cabrera, entregou documento com pleitos da classe arrozeira. O ofício, que tem também a assinatura da Farsul e da Fetag-RS, pede soluções para o endividamento dos produtores, para redução de custos da produção, e para maior acesso ao crédito oficial.
Sabedor
Segundo Cabreira, produtor em Dom Pedrito, o presidente o recebeu cordialmente e ele pode falar das dificuldades da classe. Jair Bolsonaro disse a ele que o assunto já estaria com os ministros Tereza Cristina (Agricultura) e Paulo Guedes (Economia). O contato foi intermediado pelo deputado federal Afonso Hamm (PP).
Rápidas
Aspirações - O futuro político do tucano Eduardo Leite vai depender dos efeitos do pós-Covid. A projeção nacional passa necessariamente pela conclusão de um governo bem aprovado.
Intermédio - Leite não deverá concorrer à reeleição e mira no Senado como ponte para chegar, depois, ao cargo máximo da República.
Freio - A égua Basca Anita-TE, da Cabanha Basca (Uruguaiana) e o cavalo Colibri Matrero, da Cabanha La Pacífica (Paysandu-Uruguai) foram os melhores da Classificatória Gaúcha Norte ao Freio de Ouro, realizada em Esteio, neste fim de semana. Ao todo, mais 16 finalistas foram escolhidos pela ABCCC.