Expointer só com os julgamentos é uma alternativa - Leia e ouça o Repórter Conexão Rural desta segunda-feira, 29 de Junho de 2020
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Expointer longe de consenso
Faltando três meses para a nova data estipulada pelo governo estadual para o início da Expointer, não é certa ainda a sua realização. Neste último sábado, o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Covatti Filho, falou com o Conexão Rural e reafirmou que a ideia da pasta é fazer o evento, dentro das regras que vierem a ser impostas pela área da saúde por causa da pandemia de Covid 19.
Todos
Covatti, no entanto, trabalha com a ideia de uma Expointer adaptada e com todas as entidades parceiras contribuindo. "Fizemos todo um mapeamento e um plano de ações em conjunto com a Secretaria da Saúde e apresentamos às entidades, que ficaram de apontar as suas observações. Até porque a feira não é realizada só pelo governo, são sete atores no total, entre governo e entidades", disse o secretário ao comentar que está tentando criar um ambiente no qual todos participem, mas respeitando a posição de cada grupo.
Sem público, sem interesse
O problema é que nem todos que ajudam a promover a feira concordam. Numa reunião na semana passada, representantes da Farsul, entidade responsável por boa parte da logística e da infraestrutura da Expointer, e da Fetag, que coordena o pavilhão da Agricultura Familiar, sinalizaram que não irão participar da edição deste ano. Antes de indicar sua posição, a Farsul ouviu os sincatos filiados e a maioria se mostrou desfavorável ao evento em 2020. Com uma previsão de público mínimo, a Fetag também não vê razão de participar.
Impasse
Outra entidade que está dando para trás é o Simers, das empresas de máquinas agrícolas. Acham que mesmo terminando no inpicio de outubro, é muito tarde para vender mpáquinas en exposição, pois os produtores já estarão envonvidos no plantio. E aqui, outro impasse: as montadoras e concessionáriaas maiores não querem participar, mas também não concordam que a exposição de máquinas seja feita somente pelas pequenas.
Evento restrito
Leonardo Lamachia, que preside a Febrac, Federação que reúne as associações dos criadores expositores, é favorável à exposição, mas reduzida. Para ele, uma opção seria garantir ao menos os julgamentos das raças, onde são definidos os escores de classificação das linhagens genéticas das cabanhas e definem suas valorizações comerciais.
Interesse comum
Lamachia admite as dificuldades técnicas e sanitárias, mas defende que seja qual for a decisão, todos os promotores devem sair unidos do processo. "Todos querem o melhor, por isso que essa é uma divergência saudável", disse o dirigente, ecoando também a posição da maioria das associações das raças de promover uma feira menor.
Valerá a pena?
Não dá para prever como estará a situação sanitária do estado daqui a 90 dias, mas os prazos já estão ficando apertados tanto para quem organiza, como para quem expõem. Será válido o custo benefício?
Prudência
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira prega que o melhor é deixar esse ano passar e fazer uma grande feira ano que vem. Até o fim de agosto de 2021 é provável que a vacina já tenha imunizado a população. E ai sim , comemorar de verdade os 50 anos da Expointer no parque Assis Brasil. Talvez seja mesmo o mais prudente.
Expo Prado
Está confirmada a ExpoPrado. Será entre 9 e 20 de setembro.
Os diretores da Associação Rural Uruguai (ARU), entidade que promove a feira, confirmaram a Expo Prado para a segunda e terceira semana de setembro, sua época original. O grupo trabalha para a elaboração de um protoloco sanitário com o Ministério da Saúde do país.
Neste conjunto de regras já está definida a eliminação dos shows musicais e os seminários e encontros técnicos serão virtuais. Quanto ao público, a ARU garante que a entrada será controlada, com sistema de catracas.
Comparação
E por quê os uruguaios farão a sua feira e nós estamos pensando em cancelar a Expointer? Primeiramente não tem como comparar os dois eventos. A exposição de Esteio, seja pela área, pelos eventos e público, é infinitamente maior que a de Montevideo. Assim como também não tem paralelo algum as realidades epdemiológicas dos dois países. E, mesmo numa comparação mais regional, as situações do Rio Grande do Sul e Uruguai são gritantes. O RS tem 20 vezes mais óbitos por coronavírus do que os orientais.
Thiau gafanhotos
É como dizem os agrônomos: "O frio mata tudo que não presta no campo". Parece mesmo que a nuvem gigante desses insetos que viajava pela Argentina, na semana passada, não entrará mesmo no Brasil. E foram determinantes as temperaturas que baixaram muito no Sul.
O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agro-Alimentar da Argentina - o Senasa - monitorou durante todo o final de semana a nuvem e avalia que os resultados das aplicações aéreas com aviões agrícolas, realizadas na Província de Corrientes, "foram execelentes", com uma diminuição significativa da população dos insetos.
Mutirão
Neste domingo, com a colaboração de produtores rurais e técnicos da Sociedade Rural da Argentina, da Confederação Rural da Arnetina e do município de Curuzú Cuatiá, foram realizados novos tratamentos, desta vez terrestres. Curuzú Cuatiá fica a 150 km de Uruguaina e foi ali que a nuvem foi vista pela última vez, depois rumou para o Sudoeste, se afastando mais da Fronteira.
Murphy
O Entomologista e professor de Agronomia da Unicruz, Maurício Pasini, explicou ao CR que a direção da nuvem depende da combinação de vários fatores. Ventos e temperaturas são os principais.
Frigoríficos e a Covid
Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor informaram que 4.978 funcionários de frigoríficos e de unidades de processamento de alimentos foram infectados nos EUA. Desses, 93 morreram por causa da doença.
Em coletiva de imprensa, os líderes dos trabalhadores fizeram um apelo para que o governo do presidente Donald Trump estabeleça normas aplicáveis para proteger esses trabalhadores, em vez de deixar que apenas as empresas lidem individualmente com a pandemia.
Brasil
No Brasil não existem números precisos sobre a infecção de Covid-19 nesses estabelecimentos, mas se sabe que há registros em todo o Brasil, inclusive com surtos em pequenos municípios, atribuídos aos frigoríficos neles instalados.
Por lado, se sabe que as empresas têm investido forte na instação de equipamentos, protocolos e medidas para frear ao máximo a infecção dos seus trabalhadores.
Morreu o homem que tornou a Sadia gigante
Nascido em Caxias do Sul (RS), Osório Furlan, tinha 97 anos e foi um dos responsáveis pioneiros no crescimento da empresa. Furlan era neto de imigrantes italianos e em 1944, já casado com Lucy Fontana Furlan, mudou-se para Concórdia (RS) para trabalhar com o sogro Attilio Fontana, na recém-inaugurada Sadia. Nela, desempenhou múltiplas atividades e, aos 23 anos, assumiu a função de diretor-gerente.
No início da década de 60, o empresário se afastou do dia a dia das fábrica e mudou-se para São Paulo para se concentrar nas atividades de expansão do grupo no Brasil e no exterior.
Furlan deixou a empresa em 2007, quando era vice-presidente do Conselho de Administração da Sadia. Dois anos depois, a companhia iniciou a operação de fusão coma Perdigão, que deu origem a BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo.
O empresário foi sepultado neste domingo no Cemitério Morumbi, na capital paulista. Ele deixa a esposa Lucy, com quem foi casado por 76 anos, cinco filhos, 11 netos e 18 bisnetos.
Mercado Financeiro
O Dólar fechou a sexta-feira valendo R$ 5,46/ + 2,38%
Já o Euro encerrou em R$ 6,13
A moeda brasileira ficou cotada em:
12,79 Pesos argentinos
7,60 Pesos uruguaios
O índice Ibovespa fechou a sexta-feira com
baixa de 2, 24 % nos negócios.
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Por Alex Soares