Não foi o Plano Safra dos sonhos ainda
Algumas observações: A grande expectativa dos interessados era sobre o custo do dinheiro oferecido. É fato que os juros se reduziram em todas as faixas. Assim como também é fato que reduziram pouco e que suas taxas continuarão acima da Selic, rebaixada também nesta quarta a inéditos 2,25%.
Poderiam os juros agrícolas terem sido mais achatados? Sim. Mas para relativizar: foi nos 46 do segundo tempo que Tereza Cristina conseguiu convencer o setor econômico do governo a baixar para esses patamares.
E lembremos: do outro lado do balcão tem um ligado setor bancário. E essa turma, que também se reposionou com a pandemia, é forte.
O Plano Safra anunciado da próxima safra terá R$13, 5 bilhões a mais do que o passado, sob juros equalizados que vão de 2,75%, a 6%.
Empreededores que precisam investir infraestrurura e tecnologia, por exemplo, terão uma atenção especial. Os recursos do Inovagro tiveram um acréscimo médio de recursos de 30%.
Mas a surpresa positiva do anúncio oficial, feito com a presença do presidente Jair Bolsonaro, é a vitaminada no Seguro Rural. Dos R$ 900 e poucos milhões esperados, serão R$ 1,3 bilhão. E isso é muito para uma atividade que se sabe como começa seu ciclo produtivo, mas jamais como termina. Lembrando que há duas safras atrás, foram R$ 440 milhões destinados ao seguro.
Por outro lado, faltou mais uma vez lançar o olhar àquela fatia de produtores que está longe dos mecanismos oficiais de crédito. E não se trata de uma pequena fatia. É a maioria. Um programa, uma linha especial para recuperar a compettividade, e a dignidade deste pessoal. De novo isso não aconteceu.
Faltou também promover mais o Moderfrota, que teve redução de R$ 3 bilhões e juros podados em apenas 1 ponto percentual. Mais atrativo, o Moderfrota, pode ajudar os produtores, que precisam de máquinas novas; e incentiva um setor que emprega milhões Brasil afora, mas que se fragilizou com a pandemia.
Não é o plano de financiamento dos sonhos, que tem por meta ajudar o setor mais resiliente do país, mas foi o possível. E mesmo não sendo perfeito, deve se reconhecer a teimosia dos seus construtores. Técnicos e dirigentes das entidades que representam os produtores, os parlamentares da FPA, a ministra da Agricultura e a sua equipe.
A gestão do Mapa, aliás, é uma referência mais do que positiva do governo Jair Bolsonoro.
Assista o comentário em video, abaixo.
Plano Safra 2020/2021
R$ 179,38 bilhões para custeio/comercialização/industrialização.
R$ 56,92 bilhões para investimento
Total: R$ 236,30 bilhões.
Taxa de Juros - 2,75% a 6%
Pronaf - 2,75% a 4% ao ano.
Médios - 5% ao ano.
Demais - 6% ao ano.
Distribuição - R$ 179,38 bilhões serão destinados para custeio e comercialização e industrialização e os outros R$ 56,92 bilhões para investimento.
Seguro Rural - R$ 1,3 bilhão (2020: R$ 1 bilhão/2019: R$ 440 milhões).
Investimento:
Moderfrota - R$ 6,5 bilhões
Taxas de juros - 7,5%
Programa ABC - R$ 2,5 bilhões
Taxas de juros - 4,5% a 6%
PCA - R$ 1,82 bilhão
Taxas de juros - 5% a 6%
Inovagro - R$ 1,5 bilhão
Taxas de juros: 6%
Pronamp - R$ 2,72 bilhões
Taxas de juros: 6%
Moderinfra - R$ 0,73 bilhão
Taxas de juros: 6%
Moderagro...........................................R$ 1,2 bilhão
Taxas de juros: 6%
Prodecoop............................................R$ 1,29 bilhão
Taxas de juros: 7%
Por Alex Soares/Conexão Rural