Leia e ouça o Repórter Sicredi-Conexão Rural/Destaques da edição desta segunda-feira, 20 de abril de 2020
Repórter Sicredi-Conexão Rural/Destaques da edição desta segunda-feira, 20 de abril de 2020
* Atacada, ministra da Agricultura quer presidente acalmando integrantes do núcleo ideológico
* Exportação de carne suína brasileira é beneficiada pela paralização de frigoríficos americanos
* China com novo foco de peste suína africana
* Setor sucroenergético fala em colapso da atividade nas próximas semanas
* Presença de Bolsonaro em manifestação a favor do governo gera reações
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Brasília - O presidente da República participou de manifestações em Brasília, durante o fim de semana. Neste domingo, Jair Bolsonaro esteve num protesto em que manifestantes fizeram a defesa do governo, se posicionaram contra o Congresso e a favor de uma intervenção militar no Brasil.
Houve manifestações em outras cidades do país, principalmente nas capitais.
Autoridades dos dois demais poderes se manifestaram no mesmo domingo contra a postura de Bolsonaro, como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fortemente atacado nos protestos.
Em nota, Maia escreveu: "Defender a Ditadura é estimular a desordem e flertar com o Caos".
As participações de Bolsonaro em eventos em frente a quarteis teriam também causado desconforto em autoridades militares, por causa da motivação e do momento em que os protestos ocorreram.
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São Paulo - Entidades representativas da cadeia sucroenergética enviaram ao governo documento no qual sugerem medidas emergenciais para ajudar o setor.
A adoção de um programa que use o produto como garantia de empréstimos, a isenção temporária da carga tributária federal do etanol hidratado e a restituição da competitividade do combustível pela adoção de uma Cide temporária são as reivindicações do setor.
O manifesto relata os impactos da crise da Covid-19 para o setor, agravados pelos baixos preços internacionais do petróleo.
Conforme a União da Indústria de Cana-de-Açúcar, o etanol tem sido vendido abaixo de seu valor de custo e, se isso continuar, usinas serão obrigadas a interromper a safra que mal começou.
Thiago Magalhães, que preside o Sindicato Nacional da Empresas de Aviação Agrícola, o Sindag, falou sobre o problema no programa Conexão Rural do último sábado.
Magalhães tem empresa no interior paulista onde a economia gira em torno da cultura da cana.
Segundo a Unica, são 1.200 cidades brasileiras envolvidas com o cultivo da cana, 370 usinas e destilarias e 70 mil fornecedores do produto. No total, 2,3 milhões de empregos diretos e indiretos estão sob ameaça.
Tiago lembra que além da pandemia, um componente externo influenciou para redução dos valores.
A safra deste ano da cana de açúcar é estimada em 600 milhões de toneladas.
Beijing - A China confirmou na última sexta-feira um novo caso de peste suína africana. Foi na Província de Jiangsu, leste do país.
A doença foi detectada em 17 porcos ilegalmente transportados em Suqian. Três do animais morreram, segundo o Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais.
A China relatou o primeiro caso da doença em agosto de 2018 na Província de Liaoning, no nordeste do país. Casos posteriores foram relatados em várias outras regiões provinciais.
Os efeitos da doença aparecem na produção suína chinesa, que caiu pelo sexto trimestre consecutivo. Nos três primeiros meses deste ano, a produção chinesa caiu para 10,38 milhões de toneladas, decréscimo de 31% em relação ao ultimo trimestre de 2019.
As importações do produto chegaram 1 milhão de toneladas nesses primeiros três meses.
Parte deste volume é originário do Brasil, como informa o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra.
Turra também comentou que outro fator tem impulsionado as vendas brasileiras éo fechamento de frigoríficos americanos de suínos durante a pandemia.
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Brasília - A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deverá se reunir, nesta segunda-feira, com o presidente Jair Bolsonaro. Além das demandas rotineiras da pasta, a ministra irá apresentar sua inconformidade com ataques virtuais que vem sofrendo do núcleo político radical do governo,o chamado gabinete do ódio. As informações são do jornal O Estado de São Paulo na sua edição deste domingo.
A campanha de desgaste contra a ministra, que já vinha em curso, se intensificaram esta semana, após a demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta e do conflito entre o presidente e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Cristina é do mesmo partido político de Mandetta, Maia e do governador de Goiás Ronaldo Caiado, também rompido com Bolsonaro.
Tereza Cristina, que tem mandato de deputada federal por Mato Grosso do Sul, vem sendo alvo de notícias falsas, desde que ajudou a acalmar os ânimos chineses, cuja embaixada no Brasil reagiu à postagens ofensivas do deputado federal Eduardo Bolsonaro e do ministro da Educação, Abraham Weintraub, na redes sociais.
A Frente Parlamentar da Agropecuária, associações e órgãos ligados ao setor, devem fazer notas de apoio à permanência da ministra no cargo, esta semana.
Produzido por Alex Soares