Ampliar a irrigação é uma questão de sobrevivência para o RS

Ampliar a irrigação é uma questão de sobrevivência para o RS

A influência do clima na economia gaúcha foi a pauta de uma entrevista que fizemos no Conexão Rural do último sábado (20) com o economista Aod Cunha, um estudioso das finanças do Brasil e do Estado, cujo déficit ele zerou quando foi seu da Fazenda.  

Aod fez um levantamento que mensura os efeitos do clima a partir de dados oficiais desde 2010. Com as estiagens severas de quatro em quatro anos, alternadas com outras menores, o Rio Grande do Sul teve um aumento de 24% no PIB em doze anos, enquanto se tivesse safras cheias, esse avanço poderia ter sido próximo de 50%.  E essa estagnação faz com que o estado ocupe a 26% posição no ranking do PIB entre os 27 Estados brasileiros.

Perdas que acabam se estendendo as demais atividades e faz com que a renda per capta dos gaúchos seja menor do que deveria. Resultado:

"O Estado também tem perdido habitantes, com um encolhimento de quase 2% da sua população entre 2010 e 2022. Para efeito de comparação Santa Catarina teve um incremento de 22% na sua população nesse mesmo período"    

Se o que ajudava a trancar a expansão da irrigação no Rio Grande até bem pouco tempo era a legislação, que dificultava uma simples abertura de um açude ou a instalação de um pivô central. o obstáculo agora é a falta de recursos. Investir em irrigação neste momento, por mais necessário que seja, é inviável.

Iniciativas para aumentar a área irrigada induzida no Estado vêm sendo feitas, mas ainda está longe de alcançar resultados mais contundentes. E o braço público tem papel fundamental nesse processo, até porque a cada nova seca o Estado e a União deixam de arrecadar sacos e sacos de dinheiro.  

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A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo