Mudança na linha do BNDES/ RS com crescimento pífio/Acordo Mercosul-UE trancado. Os destaques da coluna desta quinta-feira (18)

Mudança na linha do BNDES/ RS com crescimento pífio/Acordo Mercosul-UE trancado. Os destaques da coluna desta quinta-feira (18)

A Medida Provisória 1328, publicada no Diário Oficial da Uniao, altera uma MP anterior, a 1314, passando a incluir na linha de refinanciamento do BNDE as operações de crédito feitas entre 1º de julho de 2024 e 30 de julho de 2025, que estavam em situação de inadimplência até 15 de dezembro. A  implementação dessa alteração deverá ser aprovada sem maiores problemas nesta quinta-feira (18) em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).   

Essa era uma das solicitações das entidades que representam o agro, como Farsul, Fetag e Ocergs para abranger um número maior de produtores a serem beneficiados pela linha de crédito de R$ 12 bilhões do BNDES para renegociarem os seus passivos – até porque muitos já vinham cambaleantes para pagar as parcelas até a safra passada. A nova estiagem de 2025 piorou o que já estava ruim.

Mas como tudo que parta do governo em se tratando a estender a mão aos produtores rurais gaúchos e brasileiros quando não vem com longo atraso vem capenga, ou os dois. Assim, os técnicos do Ministério da Fazenda deram de ombros para as outras duas observações das entidades gaúchas: a impossibilidade de negociar os juros das operações dos anos anteriores e o excesso de exigências imposto para se ter acesso aos recursos.

"Não é à toa que desde que foi disponibilizada, essa linha do BNDES não teve ainda nem a metade dos seus recursos previstos liberado"

E a maioria – mais de R$ 4,8 bilhões dos R$ 5,2 bilhões utilizados até aqui pela rede bancária, são referentes às negociações de dívidas de produtores do Rio Grande do Sul.

Com essa alteração via nova MP pode ser até que diminua um pouco esse bolo dos R$ 7 bilhões restantes, mas a simplificação ao acesso, que não veio, continua a ser o maior  dos empecilhos.

***

Irregular

Na sua apresentação na coletiva de final de ano na Farsul, o economista Antônio da Luz chamou a atenção para a suplementação de recursos para pagamento da previdência e dos programas sociais, como bolsa-família. São R$ 34,3 bilhões de crédito para essas despesas, que são corretes.

Pedalada

Mas tem um detalhe que a oposição a Lula está deixando passar batido: pela Constituição, a União somente pode gerar novas dívidas para investimentos, amortização ou refinanciamento da própria dívida. Lembrando que uma pedalada fiscal derrubou Dilma Rousseff em 2016.

Crescimento pífio

Ranking elaborado pelo economista AOD cunha mostra que o Rio Grande do Sul teve um crescimento no seu PIB de 24,1% entre 2010 e 2023, enquanto no Brasil a taxa é de 31.3%. Já Santa Catarina cresceu 59, 3% e o Paraná 39,2%.  O RS ocupa a indigna posição 26 no crseimento entre de PIB entre os estados. 

Fator seca

Os dados, apresentados por da Luz na coletiva DA Farsul, com os devidos créditos ao secretário da Fazenda do governo Yeda Crusius, justificam que o baixo avanço do PIB tem relação com as frequentes estiagens que derrubaram as produções agrícolas.

Acordo UE-Mercosul

Depois da França, agora é a Itália que cria dificuldades para a consolidação do acordo UE-Mercosul. Na noite desta quarta-feira (17) o Parlamento Europeu aprovou a nova versão de salvaguarda com taxa de 8%.

Vedação

 Isso significa a adoção de barreiras tarifárias toda vez que houver uma alta de importações nesse patamar dos produtos brasileiros, argentinos, paraguaios e uruguaios. Mesmo assim, Itália e França querem que o texto “seja melhor estudado”.

Protestos

Nesta quinta-feira produtores europeus fizeram fortes manifestações em Bruxelas, na Bélgica contra o acordo. Teve pneu queimado, quebra-quebra e muita confusão.

_______

A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo