Não basta monopolizar a direita, tem que imbecilizá-la também?
“Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim e eu tenho preço para isso. Eu vou negociar. Tem um preço para não ir até o fim”.
A frase é do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), dita neste domingo (7), após um culto evengélico, dois dias depois de anunciar ser o abençoado pelo pai Jair para disputar a Presidência da República no ano que vem.
Como assim “não ir até o fim, preço, negociar? Quer dizer que a candidatura de Flávio ao maior cargo da República do País pode ser apenas um traquino ensaio para testar a reação de aliados, adversários, mercado e institutos de pesquisa? Ah, sim, pode ter sido então uma jogadinha tramada entre pai e filho para pressionar os congressistas aliados para votar a anistia dos condenados de 8 de janeiro, entre eles Jair? Nossa, que “inteligente”!
Como assim, cara pálida? Não basta tentar monopolizar as ações e articulações da Direita anti-Lula, precisa também imbecilizá-la? Onde está o respeito pela fatia da população que sonha com o cancelamento dessa esquerda populista que brinca de administrar o país?
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Os Bolsonaro sabem que de cada dez eleitores de direita e centro-direita, nove querem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) como o seu candidato a Presidente da República na próxima eleição. E Jair, Flávio, Eduardo, Malafaia e Michele sabem bem disso.
"Se salvar as suas peles fosse menos importante que o Brasil, já estariam percorrendo as estradas país afora em campanha por Freitas"
A resposta negativa do mercado à investida de Flávio, na última sexta-feira, foi mais do que uma vulgar queda de ações, foi a rejeição além-bolsas a uma proposta batida e incapaz de derrubar do mando o que aí está. Um candidato competitivo numa eleição em que a máquina de fazer votos estará bem azeitada para Lula é o mínimo que a oposição poderia entregar.
O senso de oportunidade dos Bolsonaro levou a família e direita ao poder em 2018. A sua incapacidade de descer do palanque levou Lula ao terceiro mandato em 2022. Agora, é a sua irresponsabilidade que vem ajudando o PT a ficar cada vez mais próximo de um sexto mandato na Presidência.
