CDO para socorrer os arrozeiros paga um pouco da conta
Após uma demorada discussão foi aprovado nesta terça-feira (2) pela Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 472/2005, que autoriza o Instituto Riograndense do Arroz a direcionar R$ 38 milhões da Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO), para apoiar o setor arrozeiro.
Parte desses recursos, R$ 20 milhões, serão usados para impulsionar a comercialização do produto para outros estados, em forma de prêmio por saca vendida; outra parte será usada para socorrer aqueles produtores atingidos pelas cheias de 2024, especialmente os da região Central do Estado.
Não é um valor alto se comparado, por exemplo, com os recursos que o governo federal injetou em mecanismos para enxugar a oferta do cereal no mercado, que somados passa do R$ 1 bilhão. mas ajuda e, principalmente, mostra a boa vontade do governo gaúcho, que é público, vive no limite financeiro.
E também o caixa do Estado devolve um pouco do enorme passivo que possui com o Irga, que passa da casa dos R$ 400 milhões. É dinheiro proveniente também da Taxa CDO, descontada dos arrozeiros ao longo dos anos, que foram para as contas do governo e que nunca mais retornaram.
"Vencida essa complicada etapa de baixa do arroz, é hora de os produtores começarem a também cobrar dos governos um Irga mais estruturado, profissional e proativo, com seus departamentos comercial, de pesquisa e extensão funcionando de fato"

É justo também reconhecer o empenho do deputado Marcus Vinicius de Almeida (PP) para a materialização desse auxílio do Irga. A aprovação desse projeto somente foi possível pela sua articulação e também pela receptividade ao pedido da Federaroz pelo deputado líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Frederico Antunes (PP). O governador Eduardo Leite (PSD) também aceitou de bate-pronto a sugestão.
Não existe bala de prata para superar a atual crise do arroz, mas cada um fazendo a sua parte a travessia pode ser menos dolorosa e mais rápida.
