Queda de acesso ao Plano Safra reflete as dificuldades

Queda de acesso ao Plano Safra reflete as dificuldades

Os desembolsos das instituições bancárias credenciadas  pelo Plano Safra caíram 12% entre julho e setembro sobre mesmo período do ano passado. Juros altos e endividamento são apontados como principais motivos para esse recuo.

Foram R$ 156 bilhões em financiamentos das linhas tradicionais e por meio de Cédulas de Produto Rural, segundo o Ministério da Agricultura. E se não fossem as CPRs, títulos de crédito emitidos aos bancos e credores pelos produtores, a queda seria maior, ficando na casa dos R$ 100 bilhões (26% a menos).

Entre os grandes produtores a queda foi de 48%; entre os médios, 30%. Já o crédito para os pequenos diminuiu, mas em ritmo menor, com as linhas do Pronaf entregando menos 8% em recursos nesses primeiros três meses de novo ciclo.

Quando divididos por linhas, a cautela dos produtores se evidencia, já que o recuo mais expressivo foi a dos financiamentos para investimentos, com R$ 17,1 bilhões, queda de 41% sobre a arrancada de 2024. Já as operações de custeio caíram 21%, e as de comercialização 22%. Somente a linha de industrialização cresceu, com R$ 11 Bilhões liberados, aumento de 24%.

"Mas um dado desses primeiros três meses de Plano Safra chama mais a atenção. Dos R$ 12,5 bilhões disponibilizados para o Moderfrota, linha específica para compra de máquinas e implementos, foram acessados apenas R$ 1 bilhão, uma queda de 68%"

Eis um indício claro que o produtor rural brasileiro está com o freio de mão puxado, mesmo com as estimativas positivas de safra. Uma prova de que produção cheia e liquidez nem sempre estão associadas.   

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A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo

Comentário Alex Soares (17/10/25)