Ferrogrão: quando a politicagem e a irresponsabilidade dão liga

Após cinco longos anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) está retomando a pauta da construção da chamada Ferrogrão, a ferrovia que vai ligar, se o bom senso permitir, o Mato Grosso ao Pará, a qual, concluída, irá dinamizar o transporte de grãos do Centro-Oeste para exportação.
O projeto, que começou a ser elaborado em 2012, está parado desde 2016, quando foi apresentado o seu estudo de viabilidade técnica. Foi quando o Psol ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), alegando prejuízos aos povos indígenas do Pará. Detalhe: Não existe nada que comprove que no Parque Nacional do Jamanchim, centro da polêmica, vivam índios.
O Psol e outros organismos do atraso se prestarem a promover esse tipo de atitude não é novidade, o que preocupa é a Suprema Corte contribuir para isso. Em 2021, o ministro Alexandre de Moraes, com base na Adin do Psol, suspendeu as obras questionando a Lei de Compensação Ambiental proposto pela União e mandou analisar melhor o projeto.
Agora, cinco anos depois o mesmo Moraes votou pela constitucionalidade da Medida Provisória (MP) 758/2016 que autorizou a obra, cujo investimento da União e da Iniciativa privada deverá ficar em R$ 50 bilhões.
A sessão, que começou na segunda-feira, teve também o voto favorável do ministro Luís Roberto Barroso, mas está suspensa por pedido de vista do ministro Flávio Dino.
"Esse impasse é a tradução entre os que se esforçam em fazer um país competitivo, os que defendem o atraso e aqueles que vivem numa bolha"
Com seus 933 km de extensão, a linha Ferrogrão vai escoar o milho e a soja de Sinop, no Mato Grosso, ao Porto de Miritituba, no Pará. Com os trens, a previsão é de uma economia de 40% no frete, hoje feito pela precária BR-163, onde ainda há longos trechos de terra.
E não é só a Ferrogrão à espera de destravamentos burocráticos. Enquanto dinheiro é queimado e vidas são perdidas, políticos irresponsáveis e burocratas de toda ordem optam em construir obstáculos, trancando a vida de quem quer crescer.
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A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo