Em recuperação econômica, Argentina volta a ser um dos principais destinos das exportações brasileiras

Em recuperação econômica, Argentina volta a ser um dos principais destinos das exportações brasileiras

As vendas de produtos brasileiros para a Argentina voltaram a bombar. O primeiro semestre deste ano registrou um volume de US$ 9.1 bilhões, um adicional de 55% sobre os mesmos meses do ano passado.

Com isso, o país vizinho retoma a terceira posição entre os maiores compradores do Brasil, com 5,5% do total. China (28,7%) e EUA (12,1%) são os maiores importadores. Os dados são do Ministério da Indústria, Desenvolvimento, Comércio e Serviços (Mdic).

Pelo outro lado, as vendas argentinas para o Brasil também tiveram aumento: no primeiro quadrimestre deste ano, as importações brasileiras cresceram 48%, somando um volume de US$ 5,8 bilhões. Veículos de carga e alumínio são os principais produtos.

Na lista de produtos mais vendidos para os hermanos estão carros, químicos e alimentos. O grosso das vendas são os veículos: 150 mil unidades nesse ano, o que significa 60% do destino das exportações da indústria automotiva brasileira.

A retomada é uma clara resposta da retomada da economia argentina sob a gestão de Javier Milei. Com a moeda mais valoriza, os argentinos consomem mais. Após o choque promovido em 2024, que entre outras medidas desvalorizou o peso, trazendo o câmbio à realidade, o PIB argentino cresceu  5,8% no primeiro trimestre deste ano sobre janeiro, fereceiro e março de 2024. Sobre outubro, novembro e dezembro, a melhora foi de 0,8%.   

Mais dólares

A recuperação da economia argentina, traduzida também na queda dos índices de pobreza no país, passa pelo aumento da reserva de dólares. O cálculo é de que o país dispõem hoje de US$ 40 bilhões. Desse valor, US$ 12 bi foram emprestados pelo FMI sob a condição de flexibilização das regras cambiais.

Mas existe também um volume bem maior da moeda norte-americana circulando após a retomada da confiança dos argentinos na economia e dos sucessivos apelos do próprio Milei para que os argentinos fizessem circular as suas cédulas.  

(Com dados da Agência Estado; MDIC e Anfavea)