Federarroz reage ao plano do governo de importar arroz em meio ao caos
O presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul, Alexandre Velho, reagiu a iniciativa do Ministério da Agricultura de importar arroz (ver vídeo abaixo).
Velho informou que o Estado já colheu 83% da safra 2023-2024 e os produtores vão oferecer arroz suficiente para manter o consumo interno abastecido. “Existem problemas de acesso no interior, sim, todos sabem, mas a saída pela BR-101 do Rio Grande do Sul para outros estados está sendo feita normalmente”, comentou o dirigente, que não vê sentido em importar o produtor agora.
Na reunião que a Farsul e presidentes de sindicatos rurais do Estado tiveram nesta terça-feira com o ministro Carlos Fávaro um dos momentos tensos foi quando foi anunciada a intenção do governo de importar arroz do Paraguai.
Segundo o ministro, a aquisição pela Companhia Nacional e Abastecimento (Conab) dever[a ser de 1,5 milhão de toneladas e tem por razão garantir o abastecimento dos brasileiros e evitar a especulação de intermediários.
Para Fávaro, os prejuízos na infraestrutura do estado causados pelas cheias geraram uma condição logística desfavorável ao escoamento da atual safra gaúcha, o que pode gerar desabastecimento e preços altos. “Vocês têm que entender que eu preciso pensar no Brasil como um todo”, comentou.
Fávaro, acompanhado na reunião por sua equipe, também minimizou os efeitos que o ingresso de 1,5 milhão de toneladas possam ter no mercado local. “Isso não fará muita diferença, até porque que o mercado está acostumado com essas quantias de importação”, ponderou.
Após a fala do ministro, o economista-chefe da Farsul Antônio da Luz advertiu para o risco da depreciação dos preços ao produtor de arroz com a confirmação da compra. Na sequência, visivelmente contrariado, o ministro se dirigiu a Gedeão Pereira, como que pedindo apoio: “Precisamos da compreensão de vocês, isso é mínimo. Vamos deixar as críticas de lado e vamos pensar no RS e no Brasil”, disse ao completar: “Nós podemos comprar, mas isso não quer dizer que vamos imediatamente vender”.
Por Alex Soares