Acuado com a crescente reprovação popular ao seu governo, o presidente Lula quer soluções. Na sua leitura política, a reação começa pela briga com a inflação, mais especificamente a dos aos alimentos.  

Nessa quinta-feira (14), após reunião em que Lula pediu atitudes, os ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) elegeram o arroz com um dos bodes expiatórios do fracasso do sofrível terceiro mandato de Lula.  

Fávaro nem parecia o ministro da pasta: “O preço do arroz já começou a cair para o produtor e vai cair mais com o avanço da safra no RS”, comentou em tom de torcida, ao sinalizar que o varejo ainda repassou a redução por causa dos estoques.

Teixeira validou a fala do colega. Na reunião estava também o presidente da Conab, o extremista gaúcho Edegar Pretto.

Fávaro foi além ao prometer que o governo “estuda” um programa de incentivos para desconcentrar a produção de arroz do RS para que o produto fique mais próximo do consumidor. Bobagem.

Não vai acontecer nenhuma coisa nem outra: primeiro porque um eventual programa de governo tem que ser muito bom vai sensibilizar produtores a trocar de cultura (e não será); segundo: para se chegar ao patamar de excelência da lavoura orizícola irrigada gaúcha se leva décadas; Terceiro: não é a distância que determina preços.  

A presença de Pretto na reunião indica outra perversidade que pode estar se armando, que é a intervenção no mercado pelo governo. Isso sim está mais próximo da realidade.

Seja o devaneio que for, a cadeia do arroz precisa estar atenta. O governo vai mal e não tem perspectiva de melhora. O tempo já mostrou a capacidade de Lula em reverter suas angústias. E entre o bem e mal todos sabemos de que lado ele fica.