O que faz Expodireto ter se transformado numa grife

O que faz Expodireto ter se transformado numa grife

O que faz Expodireto ter se transformado numa grife

Os números da 24ª Expodireto não deixam dúvidas sobre o atual status dessa feira de tecnologia como um dos principais catalizadores de negócios do agro gaúcho e brasileiro. Este ano, o evento da cooperativa Cotrijal, em Não-Toque (RS) vendeu 12,48% a mais do que 2023, quase tocando na casa dos R$ 8 bilhões – foram R$ 7,2 bilhões fechados em negócios.

O resultado é significativo, pois em março de 2023 a saca da soja, principal geradora de recursos do Rio Grande do Sul, valia R$ 170,00. Na edição deste ano, a pau e corda vem sendo negociada a R$ 110,00 na praça de Passo Fundo. Se no ano passado tínhamos preço, mas não tínhamos produção, esse ano está sendo o contrário. Venceu o otimismo e a aposta por remunerações mais justas.  

A negociação de uma colheitadeira, de um trator oude  um implemento a qual geralmente se arrasta por dias ou semanas, ocorre em horas ou minutos na Expodireto. Simples: a concorrência mora literalmente ao lado e vence a “guerra” quem oferece o melhor produto, dá mais descontos e vantagens ao cliente.

O interessante é que uma boa fatia das compras da Expodireto é feita por gente que sequer ingressa no parque, muitos longe de Não-Me-Toque. São produtores e empresas que precisam de determinada máquina ou equipamento e aproveitam as promoções na época da feira.

Não é por nada que as grandes marcas nacionais e de fora. fornecedoras do campo, fazem questão de se associar à grife que se tornou a Expodireto. As que não entraram, esperam sua vez numa crescente fila.

É um evento que de fato aproxima compradores e fornecedores.  Na terça-feira (5), uma indústria de açúcar tocantinense fechou uma exportação de R$ 120 milhões com compradores chineses que estavam em Não-Me-Toque. No pavilhão internacional, aliás, o volume de negócios consolidados nos cinco dias chegou a R$ 226,6 milhões.

O sucesso da Expodireto, lançada na virada do século em condições bem mais modestas na comparação com 2024, tem um conjunto de justificativas, mas três elementos formam a base: padronização, disciplina e proatividade.

Padrão porque nos 131 hectares do parque, que serão ampliados em 2025, os expositores não poupam para oferecer um estande confortável e moderno aos visitantes. Vide os amplos e inovadores conceitos de estandes das empresas de insumos e sementes.

Nas ruas do parque a sujeira não prospera, pois uma numerosa equipe de limpeza está pronta para remover o mínimo papel de bala que algum distraído deixe cair.

Outra observação: se anda por todo o parque e não se vê um cachorro perdido nas ruas ou nos estandes – o que sinaliza para os cuidados com sanidade. A feira é de negócios. Ponto.    

Os horários são cumpridos à risca: às 8h o Hino Brasileiro anuncia a abertura dos portões. Às 18h, o Hino Riograndense o fechamento. Meia hora depois quase ninguém mais está no parque.

Padrão e disciplina que também estão na atitude dos diretores, gerentes e colaboradores da Cotrijal, cujo permanente brilho no olhar proporciona receptividade aos demais envolvidos na feira.  

O olhar no futuro é o terceiro eixo de sustentação do êxito da exposição. Na Expodireto se vive a agricultura do presente com o pé no futuro. Com o apelo inicial da agricultura de precisão e da tecnologia, que garantem melhores produtividades com os mesmos recursos físicos, a feira deste ano foi rica em soluções de sustentabilidade, expondo as ferramentas e antecipando as práticas que cada  cada vez mais farão a produção e o ambiente caminharem juntos.  

Fidelidade às origens

No tradicional café da manhã (foro) que a Cotrijal oferece aos profissionais de imprensa, na quarta-feira de Expodireto, o presidente Nei Manica destacou este ano duas passagens da participação da imprensa na feira. A primeira foi quando ele reuniu na primeira edição os comunicadores para um churrasco na sua casa. Em número bem menor do que os mais de 400 profissionais que cobriram a feira deste ano, eles ouviram de Manica um pedido para todos se empenharem na divulgação daquela que seria ao longo dos anos um grande evento do Brasil. Foi atendido. 

A outra menção feira por Manica foi quando este repórter viajou até Carazinho para lhe ouvir antes da Expodireto de 2017. Lá encontro o presidente da Cotrijal na lavoura, colhendo trigo numa automotriz, como ele ainda chama as colheitadeiras. Aquilo ficou na sua memória como símbolo do interesse da imprensa na divulgação da feira.

Está aí mais um dos segredos da Expodireto: crescer sem perder a essência. Na noite daquele mesmo quarta-feira em que Manica valorizou o empenho dum jornalista local em publicar as coisas da Expodireto, o Jornal Nacional, da Globo, destacava o evento em 3 longos minutos de matéria. Tratar todos com o mesmo nível de respeito e importância é uma das boas práticas de Manica e dos seus comandados. Isso gera reciprocidade, que se converte em engajamento.

São grandes e pequenos gestos que fazem com os que estão ligados à Expodireto se sintam parte dessa próspera aventura. A Expodireto é da Cooperativa Cotrijal, mas o seu triunfo é motivo de orgulho para uma multidão de gaúchos.

A Expodireto é o melhor que cada um temos!