Decisão política abrevia gestão de chefe da Embrapa no RS

Decisão política abrevia gestão de chefe da Embrapa no RS

Uma decisão tomada em Brasília abreviou o mandato do pesquisador Roberto Pedroso de Oliveira na chefia-geral da Embrapa Clima Temperado.

Pedroso e os coordenadores das respectivas áreas da unidade receberam com surpresa a determinação, já que o prazo de conclusão dos seus mandatos se encerraria apenas em outubro de 2025, após um segundo processo de recondução.

Quem substitui Pedroso, desde 2019 na função, é o agrônomo e zootecnista Waldyr Stumpf Junior, que foi diretor-executivo de Transferência de Tecnologia do órgão entre 2011 e 2017.

A justificativa apresentada para a troca seria “incompatibilidade com o sindicato dos servidores e pressão de deputados do PT, especialmente de Alexandre Lindemeyer”. Em notas nas mídias eletrônicas, ambos os grupos buscaram depreciar a gestão de Pedroso com dados dividosos.

Entre os diretores da Embrapa Sede (Brasília) que ajudaram na decisão das exoneraões está o pesquisador Clenio Pilon, que já ocupou o mesmo cargo de Pedroso e hoje responde pela diretoria de Pesquisa e Inovação. Trabalhando ao lado da presidente Silvia Massruhá, Pilon teve a indicação bancada pelo ministro das Comunicações Paulo Pimenta, a pedido do ex-prefeito de Capão do Leão Mauro Nolasco.

Figura de fino trato, Roberto Pedroso (centro na foto abaixo) e sua equipe multipartidária vinham fazendo uma excelente gestão - isso considerado tanto por grandes e médios produtores quanto pelos produtores familiares, além das próprias lideranças dos movimentos sociais. 

Entre os técnicos que saem com Pedroso está o coordenador da Estação Experimental Terras Baixas, de Capão do Leão, André Andres, experiente profissional com grande trânsito entre os produtores de arroz.

Não houve alterações nas configurações de chefia e coordenações da Embrapa Trigo e Uva e Vinho, sendo mantidos como chefes-gerais Jorge Lemainski e Adeliano Cargnin, respectivamente.

Fica a dúvida: a troca em Pelotas é o retorno de uma Embrapa mais política e politiqueira do que técnica e institucional?