O Pibão gaúcho do primeiro semestre

O Pibão gaúcho do primeiro semestre

O PIB gaúcho registrou no segundo trimestre um resultado supreendentemente positivo se comparado aos primeiros três meses de 2023, ao mesmo trimestre de 2022 e aos próprios números do país.

Os 2,3% de crescimento, puxados sobretudo pela agropecuária e um pouco pelo setor de serviços, confirmam uma boa recuperação da economia gaúcha em relação a 2022 e 2021, mesmo que pese que entre abril e junho entra a receita da soja. Sobre a safra deste ano, a safra mais uma vez teve quebra por causa da estiagem, mas foi bem melhor do que 2022.

Os números do Departamento de Economia e Estatística, o DEE, também mostram que somados os dois trimestres de 2023 o crescimento do Produto Interno Bruto gaúcho chega a 4,5% contra o mesmo semestre do ano passado. A agropecuária puxa a fila com um incremento de valores de 29%. Neste período, o setor de serviços subiu 3% enquanto a indústria encolheu 5,9%.

A questão, agora é: e como será o desempenho daqui para frente, entre julho e setembro com os estragos das chuvas? Não existe um número final sobre as perdas, mas os prejuízos são grandes e, em maior ou menor proporção, não se salva nenhuma região.

O Vale do Taquari, mais atingido pelas enxurradas, a contribuição média ao PIB gaúcho é de 3,5%. E ali tem uma indústria de transformação forte, como frigoríficos de carne vermelha e frango, calçados e químicos.

A boa notícia é que aos poucos o ritmo começa a se normalizar. Em Roca Sales, a Calçados beira Rio voltou a operar esta semana os seus setores de corte e costura de couro e em meados de outubro volta a sua produção dos calçados. A Beira Rio gera 70% da arrecadação de Roca Sales e emprega mais de 800 pessoas. O prejuízo da empresa bate na casa dos R$ 40 milhões.

Já em Encantado, a Dália Alimentos está voltando a funcionar a pleno com os seus abates, esta semana. São quase 3 mil empregados que a Dália possui e contribui com 30% do PIB do município.      

São perdas, porém, que precisam de tempo e de recursos para serem recuperadas, requerendo investimentos públicos e privados. E esse custo entrará nos próximos balanços econômicos do Estado. Os resultados bons, aliás ótimos, desses primeiros dois trimestres não devem se repetir agora.