Além das produtividades: 12º + 1 Encontro foi uma simbiose de bons fluídos

Além das produtividades: 12º + 1 Encontro foi uma simbiose de bons fluídos

O esforço de três reputadas consultorias gaúchas pariu um dos melhores seminários de agronegócio de 2023. Promovido no meio desta última semana (quarta 21 e quinta-feira 22), em Pelotas, o 12º + 1 Encontro das empresas Porteira Adentro, Agromoney e WR se constituiu num valioso mural de informações técnicas, instalado numa suave atmosfera de convivência.

Na plateia, 300 produtores pesos-pesados, que juntos colhem em 100 mil hectares de grãos com estupendos índices de produtividade. No kit retorno entregue na conclusão das palestras, esses homens e mulheres do campo também levaram para as suas fazendas ratificações de convicção das boas práticas que aplicam e evidências de onde e quando podem melhorar.

Entre os itens desses cardiais elementos para melhor conduzirem mais um ciclo de produção, a necessária ação de se antecipar a mais uma temporada de El Niño, cuja força ainda é desconhecida. Subestimá-lo, é esquentar as apostas de perda, pois chuva em excesso significa períodos de plantio mais esgoelados e métodos extraordinários de manejo. Nesse contexto, a drenagem reassume, seis anos depois, o seu protagonismo nas lavouras gaúchas.

“Investir em sistemas de drenagem ou macrodrenagem é a segurança para a manutenção da produtividade. E nessa retomada de prioridade, as áreas (de plantio) precisam ser analisadas com critérios bem definidos”, afirmou o líder da WR, o engenheiro agrícola Antoniony Winkler.

Especialista em gestão hídrica de lavouras, ele complementa:

“O produtor precisa estar preparado para todas as adversidades, seja falta ou excesso (d’água), e a qualquer hora”.

O Encontro 12º + 1, proposital cabala criada pelos organizadores este ano para omitir o número que simboliza o demônio do setor, trouxe também análises da conjuntura econômica e agronômica. Comandante da cada vez mais sólida Agromoney, o economista Antônio da Luz trouxe o exemplo de uma gigante agropecuária brasileira que foi a bancarrota por uma sequência de atos falhos de gestão.

Outro economista a subir no palco foi Pablo Spyer, economista e homem de mídia conhecido pelo bordão “Vai Tourinho”. Carismático, Spyer foi o mais requisitado para as selfies.   

E foi nesse palco de fluídos positivos no ar que o calejado Roberto Rodrigues concluiu a conferência. O ex-ministro foi às lágrimas ao falar da potência que se tornou a agropecuária brasileira nos últimos 50 anos. “Como não ter orgulho da nossa produção, das nossas exportações, da liderança brasileira na alimentação do mundo? Como não se orgulhar que vamos exportar trigo em breve?”, disse comovido. A plateia ficou de pé para aplaudi-lo.

Idealizador e executor da iniciativa desde a primeira edição, o engenheiro agrônomo e líder da Porteira Adentro, assessoria que reúne uma seleção de profissionais da agronomia que atendem clientes de três países, Eduardo Muñoz não disfarçava, no fechamento, o seu contentamento com o evento e seus resultados. Um deles foi a arrecadação de mais de R$ 80 mil para caridade, depositados espontaneamente pelos convidados.

Mas os motivos do contento do tímido, porém incisivo Muñoz iam além. Ver a ciência e a persistência do seu trabalho e do seu fechado time ser traduzido em excelências produtivas e fazer o seu grupo de clientes se tornar uma confraria de bons e leais amigos são outros capitais motivos que justificam a alegria.   

Sim, é possível ter sucesso e fazer o bem. Muñoz e os seus parceiros da Luz e Antoniony são prova disso. Suas raízes, o profissionalismo e suas índoles os uniram.