Rússia taxa fertilizantes para ajudar a pagar a guerra

Rússia taxa fertilizantes para ajudar a pagar a guerra

A ofensiva do presidente soviético Vladimir Putin sobre a Ucrânia será paga em parte pela indústria de fertilizantes, que poderá dividir a conta com os clientes ao redor do mundo.

A partir de janeiro de 2023 um novo imposto será cobrado pelo governo russo sobre as exportações do produto. A regra, assinada por Putin em 3 de dezembro, estabelece a cobrança de 23,5% sobre a tonelada de NPK (nitrogenados, fosfatados e potássicos) exportada.

A tributação, porém, começa a ser feita nos valores superiores a US$ 450. Ou seja, se a tonelada do fertilizante custar US$ 460 serão cobrados 23,5% de US$ 10. Importante registrar que os principais grupos de produtos custam mais do que os US$ 450 por tonelada.

É cedo cravar as proporções do impacto dessa taxação no custo do consumidor final. Até que ponto a indústria pode esticar a corda, já que os preços dos fertilizantes continuam elevados?

Especialistas desse mercado são categóricos em dizer que não haverá impacto, ao menos num curto prazo. Entre as razões está a postura das próprias indústrias, que não deverão arriscar perder clientes majorando preços. Gigantes multinacionais, que, aliás, tiveram lucros recordes nos últimos dois anos. Gordura elas têm para queimar.

Existe uma previsão de alta de cerca de 20% nos preços da ureia e fosfatados para os primeiros meses de 2023. Mas ai tem a ver com a demanda – principalmente a  americana, cujos produtores já começarão a se preparar para o próximo ciclo.