A decisão da Ford de 2021 não atenua a transgressão petista de 1999

A decisão da Ford de 2021 não atenua a transgressão petista de 1999

O PT gaúcho está em festa. A Ford, um dos principais símbolos da forma rançosa e inconsequente como o partido governou o Rio Grande do Sul, entre 1999 e 2002, anunciou sua desistência do Brasil. Olívio Dutra e seus devotados amanheceram exultantes, nesta terça-feira, pois acham que o tempo confirmou que enxotar a montadora americana foi uma façanha exemplar.   

Nada surpreendente, já que esse sempre foi o jeito cínico de ser do PT, desde os agitados anos 1970, quando o seu prócer-maior,  Lula, já manipulava os sindicatos laborais a partir das conveniências do seu já favorecedor Emílio Odebrecht – como lembrou o próprio empresário.

Quando mandou a Ford catar coquinhos na Bahia, quebrando um contrato de Estado e frustrando a expectativa de milhares de cidadãos que dela planejavam viver, a versão gaudéria do leninismo tentava enfiar goela baixo da opinião pública que o negócio era só vantajoso para a multinacional, e que benefícios fiscais deveriam ser concedidos exclusivamente aos pequenos. Acabou por não acontecer nenhuma coisa nem outra, pois não se tem notícia de aumento de vagas com a abertura ou a ampliação dos micronegócios.

Em Camaçari, onde se instalou, após ser corrida do Rio Grande, mais de 70 mil pessoas, entre colaboradores diretos, fornecedores e prestadores de serviços, passaram a comer, beber, se vestirem e viver a partir da produção da unidade.

Olívio Dutra não profetizou nada em 1999, quando disse que “A Ford iria embora do Brasil quando esse não servisse mais a ela”. A frívola afirmação foi apenas mais um dos rompantes anticapitalistas criada pelas mentes travadas da ordem Bolchevique. Empreendimentos precisam gerar retorno. Filantropia é a consequência do lucro. Nos anos seguinte, já instalada em Brasília, a “companheirada” não só entendeu, como levou isso ao pé da letra.   

Ao comemorar o fechamento das fábricas da icônica Ford no Brasil, o PT e seus asseclas demonstram que não mudaram de classe parasita, a mesma que, externa ao poder, se retroalimenta do caos econômico e da insatisfação social. Dentro, do próprio Estado. 

O fechamento da Ford não reduz o estrago feito pelo ex-governador Olívio Dutra e seu grupo, cujos efeitos da delinquência política-ideológica ainda são sentidos 22 anos depois.

Por Alex Soares