Mesmo em baixos índice, a soja voltou a se valorizar nesta quarta-feira, seguindo uma tendência mundial.

Em Paranaguá (PR), a cotação atingiu R$ 141,83 a saca de 60 quilos, já no Porto de Rio Grande, o produto atingiu R$ 139,00, alta média diária de 1,82%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Em julho, segundo a Secretaria de Comércio Exterior, foram embarcadas do Brasil 12,2 milhões de toneladas. Já são 77,2 milhões de toneladas entre janeiro e julho, o que pode ser considerado um recorde para esse período, auge dos embarques.  

Essa alta de preços, mesmo que seja leve, contrasta com a manifestação do presidente americano, que num post na sua famosa rede social, instigou a China para comprar mais soja dos Estados Unidos, dentro dessa política de reciprocidades comerciais. No mundo ideal de Trump, que tentou com isso fazer também um carinho nos produtores americanos, a China deveria quadriplicar as importações de soja do seu país.

Trump exagera. A começar que os Estados Unidos não possuem capacidade para produzir a curto prazo uma quantidade tão significativa para abastecer o voraz mercado chinês. Associado a isso, a pragmática China jamais ficaria dependente de uma fonte fornecedora instável. Quem garante que a amanhã ou depois, Trump não mude tudo?

O Brasil é a garantia do abastecimento da soja no país de Xi Jinping. E com segurança alimentar os chineses não brincam, afinal são bilhares de bocas dependentes.

A soja se valorizou nesta quarta-feira em Chicagopela inclusão do produto na pauta das negociações do seu presidente, mas sobretudo por causa da demanda. Se valorizou no Brasil porque o soberano mercado assim o quis.

Se a intenção de Trump era também gerar nova onda de terror no Brasil, dessa vez não conseguiu. O Brasil é o maior produtor e exportador de Soja do mundo e pela lógica isso não vai mudar nos próximos anos. Queira ou não queira Donald Trump. De qualquer forma, é sempre bom estar alerta.

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A coluna diária de Alex Soares é reproduzida também em áudio para os programas Primeira Hora e Redação Acústica (Rádio Acústica FM), Bom Dia Cidade e Boa Tarde Cidade (Rádio Tchê São Gabriel) e Jornal da Manhã (Tchê Alegrete). Ouça abaixo