O fator milho no recuo de Trump

É bom ter cautela sobre a perenidade das manchetes fabricadas diariamente dos Estados Unidos, agora com Donald Trump de volta à Casa Branca. A taxação de 25% para importação dos produtos mexicanos, anunciada no último final de semana, foi suspensa nesta segunda-feira (3). Ao menos temporariamente.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum informou que a contrapartida da suspensão, acertada com Trump, é o México enviar para a Fronteira ao menos 10 mil homens para coibir o tráfico de drogas para os EUA.
Mas a revisão de Trump tem outros motivos: a pressão dos produtores de milho norte-americanos, que vendem muito para os vizinhos, é um deles.
No primeiro mandato do republicano, quando Trump também apertou os mexicanos, produtores de milho e de outros grãos perderam um bom naco do mercado mexicano para outros países, inclusive para o Brasil.
As exportações brasileiras de milho em 2024 fecharam em 39,7 milhões de toneladas - queda de 29,84% em relação a 2023, quando o país ultrapassou pela primeira vez os americanos no posto de maior exportador mundial do cereal.