Diário de Cuiabá: Rumo à liderança mundial na aviação agrícola
Aqui no Aeroporto Executivo de Santo Antônio de Leverger, a 35 km da capital mato-grossense Cuiabá, foi aberto, nesta terça-feira (20), o Congresso da Aviação Agrícola 2024. O evento desse ano tem as suas simbologias. Além de ser feito em hangares reais, Mato Grosso é o Estado de maior produção agropecuária do Brasil e a sua frota de aviões também é a mais numerosa, com mais de 600 unidades.
São 23 mil m² de área destinada ao evento do Sindicato das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), onde estão 224 expositores, 30% a mais do que na última edição, realizada em Sertãozinho, interior de São Paulo. A estimativa é que esse congresso de Cuiabá feche com um volume de negócios igual ou superior a R$ 220 milhões.
São fabricantes de aeronaves, fornecedores de peças e serviços, entidades e instituições ligadas ao setor aeroagrícola, que completou nesse 19 de agosto 77 anos de serviços no Brasil.
Os aviões agrícolas são parte fundamental nesse impulso dado pela agricultura brasileira nos últimos 50 anos. Sem a pulverização de grandes áreas no clima tropical, jamais teríamos chegado a essa fantástica escala de produção vegetal e as nossas produtividades não alcançariam esses invejados índices.
Para ficar somente em três exemplos: o arroz do sul, a cana-de-açúcar do Sudeste e o algodão do centro-oeste têm as suas lavouras protegidas pelas aplicações dos aviões agrícolas em praticamente 100% das suas áreas.
Demanda por novos aviões
O custo-benefício desse serviço também merece destaque. Enquanto um avião pode trabalhar em até 400 hectares por hora, com equipamentos terrestres a aplicação nos mesmos 60 minutos cobre apenas 20% dessa área. E na agricultura o tempo tem outro significado.
Na coletiva de imprensa dada nesta manhã em Leverger, a presidente do Sindag, Hoana Almeida Santos e o diretor-executivo da entidade, Gabriel Colle forneceram dados, informaram sobre as ações desenvolvidas e traçaram cenários. Pelas projeções, baseadas na demanda crescente da produção, até 2028, 600 novos aviões devem se incorporar à frota nacional.
Para aqueles que acharem a estimativa otimista demais, aí vai: Em 2012, a aviação agrícola contava com 1300 unidades. Doze anos depois, são 2.700. Em breve, o Brasil passará em quantidade a frota americana e vai se tornar a primeira do mundo.
Para a produção agropecuária e para aviação agrícola do Brasil o céu nunca esteve tão aberto.