Em nova reunião com a Farsul, Fávaro oficializa prorrogação de dívidas e R$ 4 bilhões em crédito para pequenos e médios
Em nova reunião com o presidente da Federação da Agricultura do Estado, Gedeão Pereira, diretores e presidentes dos sindicatos rurais do Estado, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro anunciou as medidas emergenciais tomadas pelo governo federal, nesta semana, para auxiliar os produtores gaúchos atingidos pela catástrofe climática dos últimos dias.
Fávaro confirmou a prorrogação por 90 dias de todos os vencimentos de crédito rural captados juntos à rede bancária, que inclui todos os modelos de financiamentos. O adiamento vale para as parcelas que expiram entre 1º de maio a 14 de agosto, sendo retomadas, a partir de então.
Na reunião, que teve a participação do diretor do Departamento de Crédito e Informação do Mapa, Vilson Vaz Araújo, Fávaro anunciou outros movimentos em execução junto ao Ministério da Fazenda, como a liberação de linhas de crédito que chegam a R$ 4 bilhões para os produtores que se enquadram nas modalidades Pronaf e Pronamp.
Na reunião, Fábio Terra, assessor especial da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda e seu colega de pasta Gilson Bittencourt, sub-secretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais, confirmaram a liberação dessa linhas, com rebate de 30%, no caso do Pronaf, além de juros subsidiados e carência de três anos para ambos. Assim como a prorrogação dos financiamentos, a criação desse credito já tem o aval do Conselho Monetário Nacional (CMN).
O presidente da Farsul elogiou a resposta rápida do governo no atendimento aos pequenos e médios produtores, mas ponderou que é preciso estender a mão para aquela faixa de empreendedores rurais de maior escala, com prazos, carência e juros compatíveis com a realidade que se apresenta.
Outros dois itens destacados pelo ministro é a criação de um fundo garantidor para futuras liberações de crédito rural, se espelhando no modelo que o Ministério está criando para os empresários da indústria, comércio e serviços do RS, também atingidos pela catástrofe.
Mais recursos para o seguro gaúcho
O outro é a sinalização para liberação de R$ 500 milhões para o seguro rural, ‘especificamente’ para o Rio Grande do Sul. “Haverá um levantamento inicial das áreas para que esses recursos sejam melhores distribuídos e utilizados”, disse o ministro ao se mostrar preocupado com as frequentes mudanças do comportamento do clima no Estado, o qual, poderá sofrer mais uma vez com os efeitos do La Niña em 2025.
Se dirigindo ao ministro, o vice-presidente da Farsul Elmar Konrad disse que serão muito bem-vindos os recursos, mas existe a necessidade urgente de revisão do modelo de crédito rural, principalmente no que se refere a mitigação.
Ministro confirma importação de arroz
O ministro também confirmou a importação de arroz do Mercosul, anunciada por ele na reunião de terça-feira (7). Mais uma vez, Fávaro justiçou a compra para conter a especulação e as notícias falsas. “Essa semana chegou a mim muitas fake News, com os mais diversos absurdos; uma delas dizia que o arroz chegaria a R$ 80,00 o pacote por causa da quebra de safra no RS”, comentou ele, pedindo aos presentes engajamento para combater as mentiras.
Convidado pela Farsul, o presidente da Federraroz, Alexandre Velho apresentou ao ministro os números da estimativa da atual colheita, divulgados esta semana pelo instituto Riograndense do arroz (Irga), os quais indicam uma quebra de produção de apenas 1,24%.
“Ministro, não haverá qualquer risco de desabastecimento do mercado doméstico, seja pelo volume de produção, seja pela logística de transporte do produto, já que existem rotas alternativas de escoamento e as vias atingidas em breve deverão estar recuperadas”, disse Velho a Fávaro.
Os presidentes dos sindicatos rurais também apresentaram ao ministro outras dificuldades como a do setor vinícola e da suinocultura, cujas perdas chegam a 12 mil cabeças, numa contabilidade inicial.
Carlos Fávaro também anunciou a sua primeira vinda ao Estado após a catástrofe. Isso deverá ocorrer na próxima quinta-feira (16). A intenção inicial é ir a Santa Maria, na região central do Estado, uma das mais atingidas pelas cheias.