QUANDO SÓ AS CONQUISTAS SÃO COMPARTILHADAS

QUANDO SÓ AS CONQUISTAS SÃO COMPARTILHADAS

Coluna terça-feira, 24 de novembro de 2020

Quando a produção agropecuária tem sucesso, produtores e governos ganham. Quando vai mal, não existe compartilhamento. Os agricultores gaúchos que o digam. Enfrentando a segunda onda de estiagem do ano, as entidades que representam a produção buscam alternativas para reduzir as perdas que já são visíveis, mas esbarram no de sempre – letargia e burocracia governamental.  

Nesta segunda-feira, Farsul, Fetag, Fecoagro, Emater e Famurs  se reuniram em videoconferência com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para a qual entregaram uma lista de pedidos, que havia sido elaborada na semana passada. A ministra mostrou-se compreensiva. Apenas isso.  Mesmo que haja boa vontade, o êxito de qualquer iniciativa tem como adversários o tempo e a legislação.

 

SEGUNDA CHANCE PROIBIDA

Entre os pedidos está o de uma resposta mais rápida do Mapa para  elaborar e enviar os relatórios que comprovam as perdas nas lavouras, a fim de que os lavoureiros possam se recapitalizar e assim reimplantar o milho nas mesmas áreas em que ele não vingou. As regras, entretanto, impedem duas retiradas de financiamento no mesmo ciclo.

ESTOQUE OFICIAL

A única garantia concreta dada é sobre a liberação de uma maior quantidade de milho balcão dos estoques oficiais para o RS.  

GRAVE

“A reunião foi boa, mas de concreto ainda não temos nada”, avaliou Carlos Joel da Silva, ao classificar a situação dos produtores do norte e nordeste do Estado como “gravíssima”.

“TODOS PERDIDOS”

Já o deputado Heitor Schuch (PSB-RS), ligado à agricultura familiar, foi mais duro e disse ter sido "decepcionante" a reunião com a ministra da Agricultura. "Muito frustrante, a impressão que dá é que ninguém sabe nada dentro do ministério, todos perdidos”, disse.

PRESENÇAS

Participaram também na tele o secretário de Agricultura, Covatti Filho, e os presidente das entidades requerentes na audiência, além de deputados federais e senadores da bancada gaúcha.

 

 

SENAR-RS TEM METAS OUSADAS PARA 2021

Tem sido um ano complicado para o Senar-RS. A instituição, que oferece ensino profissionalizante a produtores e trabalhadores rurais, teve que reformatar seu sistema de trabalho, a partir de março, quando estouro a pandemia. Depois duma parada de dois meses, com os seus colaboradores trabalhando em casa, o expediente presencial, com atendimento interno e externo limitados, voltou no início de junho.

GESTÃO

Mudanças que atingiram também a vida orçamentária do Senar, que assim como os demais entes do Sistema “S” teve um corte de 50% dos seus repasses durante 3 meses. A redução só não foi mais sentida porque com a limitação das ações e promoções os investimentos também caíram. E também em razão da saúde financeira da instituição, administrada com absoluto controle.

SISTEMA HÍBRIDO 

Entrevistado no Conexão Rural deste último sábado (21), o diretor-técnico do Senar-RS, Cláudio Rocha, informou que os encontros técnicos remotos deram boa resposta. Foram até aqui 30 lives pelo You Tube, com 200 expectadores por sessão – mais numeroso que a maioria dos encontros presenciais. Também houve a continuação das visitas e das orientações – presenciais e virtuais.

2021

Para janeiro, informou Rocha, estarão preparados 400 técnicos para ir ao campo, que vão retomar a pleno os cursos e programas. Um dos focos é atingir as metas iniciais da Assistência Técnica e Gerencial (Ateg), voltada aos empresários rurais. Quando foi lançado, no início deste ano, o objetivo era a formação de 165 grupos de trabalho. Com a gradual retomada, em novembro, o Senar contabiliza 70 grupos.  

PREÇOS EM ALTA

A Farsul divulgou, nesta segunda-feira, o levantamento do Índice de Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR). O acúmulo positivo de 98,11% nos últimos 12 meses.

FATORES

Taxa cambial, oferta controlada e demanda, além na injeção dos valores do auxílio emergencial do governo federal, que refletiu no consumo são apontados pelo Departamento Econômico da federação como combinação de fatores que resultaram nas altas.

CUSTOS
Já o índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) de outubro mostra inflação de 0,85% em relação a setembro. No acumulado dos dez meses deste ano, a alta é de 8,28%. A Farsul orienta os produtores para os seus custos, já a taxa cambial deverá permanecer em níveis altos.

CRUEL REALIDADE

É de cortar o coração o relato do empresário de aviação e produtor rural Mauro Moura, gaúcho eleito vice-prefeito em Flores de Goiás. Ele contou no Conexão de sábado (21) “contratou” uma estudante de 11 anos que conheceu para medir a chuva na localidade que planta. Recebendo 20 centavos de Reais por milímetro, quando acumulou R$ 200,00 a criança sugeriu que Mauro usasse o valor que teria de pagar a ela para custear a instalação de uma porta no banheiro das meninas da sua escola.

GESTO NOBRE

Impressionado com a pobreza de Flores, um dos maiores em extensão territorial do Brasil, Moura assumiu o compromisso de doar o salário mensal de R$ 13 mil às 12 escolas municipais em esquema de rodízio. Cristão novo em política, Mauro se elegeu pelo Democratas, o mesmo do governador Ronaldo Caiado, de quem espera uma atenção especial para ajudar Flores.   

Em tempo: como era de esperar, Mauro Moura mandou colocar a porta na escola. E manteve o pagamento da pequena.   

SUCESSÃO NO SINDILAT

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) promove eleição, nesta terça-feira (24) para referendar o nome de Guilherme Portella como diretor-presidente da entidade para o triênio 2021/2023. A eleição acontece no Hotel Plaza São Rafael, a partir das 12h.

REPRESENTATIVIDADE  

Atual vice-presidente de Alexandre Guerra, Portella é diretor de Comunicação Externa da Lactalis do Brasil desde 2015.  O Sindilat representa 27 indústrias de laticínios do Estado.