É UMA BOA HORA PARA REVISAR TAMBÉM AS TECS DOS INSUMOS  AGRÍCOLAS

É UMA BOA HORA PARA REVISAR TAMBÉM AS TECS DOS INSUMOS  AGRÍCOLAS

Coluna, segunda-feira, 19 de outubro de 2020

PRESSIONADO, GOVERNO DERRUBA TARIFAS DE IMPORTAÇÃO DE MAIS DOIS PRODUTOS AGRÍCOLAS

Com prazos e sem limite de quantidade. Assim serão as compras de soja e milho do exterior sem taxa de importação, liberadas pela Câmara de Comércio Exterior na última sexta-feira (16). Em setembro, o Comitê Gestor da Camex já tinha derrubado a taxa para as compras do arroz de fora.

A decisão de sexta atendeu pedidos dos ministérios da Agricultura e da Economia, fundamentados na alta dos preços e baixos estoques dos produtos em função da demanda interna e externa. O governo estava sendo pressionado por entidades e órgãos ligados ao consumidor e pelas indústrias beneficiadoras.

Esse, aliás, pode ser um excelente momento para o Ministério da Agricultura trabalhar também num mecanismo que desse mais liberdade aos produtores na hora de comprar os seus insumos de outros países. Em relação aos seus colegas vizinhos do Mercosul, o produtor rural brasileiro é o que paga mais caro para manter e gerar mais produtividade nas suas lavouras.

PESOS DIFERENTES?

Se a indústria e o consumo podem se socorrer do governo e serem beneficiados com derrubadas de taxas de importação quando o calo aperta, por qual razão isso não vale também para a produção em momentos complicados, quando o seu custo bate tal qual com as suas receitas?

VELHO NOVO NORMAL

A pandemia e os seus efeitos no consumo não vão durar para sempre e no mundo real de boa parte dos produtores as alterações de mercado deste ano tiveram efeito mínimo.

DECISÃO INTELIGENTE

Uma mexida nas taxas de importação dos químicos, por exemplo, daria mais competividade aos agricultores brasileiros e diminuiria consideravelmente o volume de contrabando desses produtos. Todos ganhariam.

COM PRAZOS

Para não influenciar negativamente na comercialização da próxima safra doméstica, a suspensão da taxa valerá até 15 de janeiro de 2021 para a compra de grão, farelo e óleo de soja.

Para o milho a isenção expira depois, em 31 de março também do ano que vem. A taxa de importação da soja e dos seus derivados até sexta variava entre 6% e 10%. No milho era de 8%.

CADÊ A SOJA?

O fato é que já existe um bom volume de importação de soja este ano. Nos primeiros nove meses o Brasil importou 528,2 mil toneladas. Isso é quase quatro vezes mais do que todo o 2019. O movimento é o reflexo dum volume também extraordinário de exportação de soja, que foi 30% superior ao registrado em 2019. Motivados por um Dólar bem mais valorizado sobre o Real, as vendas atingiram 80 milhões de t. em 2020. Mas pergunta é? Quem tem mais soja para vender no mundo?

CADÊ O MILHO?

Já no milho a situação se inverte. De janeiro a setembro foram importadas 725,7 mil t., enquanto no ano passado se comprou 1,44 milhão de t. de fora. Como a safra foi boa, portanto, não há falta de milho e a decisão tem mais o objetivo de fazer aqueles que estão segurando o cereal em silos domésticos “larga-lo” no mercado.

PREÇOS

As cotações da semana passada acenderam o pisca alerta do governo: Milho (R$72,00); Soja(R$165,00); Boi (R$ 280,00); arroz (R$ 106,00).

 RÁPIDAS

MENOS E MAIS – O Remate Tellechea e Associados comercializou 227 exemplares, alcançando R$ 2.338.240,00. Mesmo com a oferta menor este ano, o faturamento é 18% maior que a edição do remate de 2019.

MÉDIAS ALTAS – Outro tradicional leilão, o Touros da Fronteira, da Estância Sociedade, de Livramento, faturou R$ 900 mil, na última sexta-feira. A médias chegaram a R$ 19.800,00 nos touros Angus PO, R$ 15.100,00 (touros Angus PC) e R$ 5.450,00 (fêmeas Angus PO).   

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