Federarroz fortalecida após permanência da TEC

Federarroz fortalecida após permanência da TEC

Coluna, quarta, 3 de setembro de 2020
 

Frase do dia 

"Nossos arrozeiros estão unidos, com dificuldades, mas unidos e a votação de hoje mostrou isso"


Francisco Lineu Schardong, diretor da Farsul



"Não" venceu com ampla vantagem 
Por 16 votos a seis a Câmara Setorial Nacional do Arroz cortou o embalo da indústria que queria a liberação da importação com zero tributação. Pela elasticidade do placar, houve até certa resignação dos empresários, que ficaram sem um precioso instrumento de pressão de preços. 

A decisão soberana de uma câmara setorial não possui caráter resolutivo, mas é uma indicação significativa para tomada de decisão do ministério ao qual está associado o setor. Neste caso o Ministério da Agricultura. O veredito foi um alívio para a ministra Tereza Cristina, que nunca se mostrou simpática à derrubada da tarifa e vinha sendo pressionada externa e internamente para encaminhar o pedido ao setor econômico. 

Argumentos e articulação
Mesmo tendo a maioria dos seus membros identificados com o homem da lavoura, a câmara do arroz teve um placar bem folgado. Explicações? 1. Os argumentos da indústria de risco de desabastecimento foram frágeis. 2. Os argumentos da Federarroz, chancelados pelos dados da Conab, somados à articulação feita pela entidade juntos aos vontantes.   

Mobilização 
O voto desfavorável à isenção da TEC do Sindicato da Indústria Arrozeira (Sindarroz) é fruto dessa mobilização liderada pelo presidente da Federarroz, Alexandre Velho, que teve importante  respaldo do experiente Francisco Lineu Schardong, homem do arroz da Farsul e ex-presidente da Câmara Setorial Nacional.   

Vai pedir música? 

A derrubada do pleito da indústria foi considerada uma vitória do setor primário. Ontem, tão logo se encerrou a votação, produtores e demais dirigentes se congratularam com o presidente da Federarroz. Essa é a sua segunda vitória do ano. A primeira tinha sido em abril, quando conseguiu contrapôr um movimento da indústria, que queria  criar um mecanismo que dificultasse as exportações de arroz. Se emplacar mais um gol este ano, Alexandre Velho pode pedir música. 

Sucessão na Fearroz? 
Prevaleceu a vontade das unidades (e o pito dos seus dirigentes) e o voto da Federação das Cooperativas de Arroz do RS na Câmara Setorial foi pela manutenção do imposto de importação do produto. É uma postura contrária a do presidente da entidade André Barretto. A Fearroz, deverá, a partir de agora, apressar a sucessão do seu comando.  Mas Barreto continuará prestigiado, já que é vice-presidente da Abiarroz, que defende os interesses da indústria.  

Placar folgado 
Assim foi a votação da TEC na Câmara Setorial do Arroz ("NÃO" pela manutenção e "SIM" pela retirada da tarifa): 

Associação Brasileira das Indústrias de Arroz Parboilizado (Abiap) - SIM 
Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz) - SIM
Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul. - NÃO 
Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (Aproest) - NÃO
Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) - NÃO
Bolsa Brasileira de Mercadorias - Abstenção  
Cooperativa Central Brasileira de Arroz (Brasil Rice) - NÃO
Confederação Brasileira da Agropecuária (CNA) - NÃO 
Confederação Nacional dos Municípios (CNM) - NÃo 
Federação das Agricultura do Estado de Santa Catarina - NÃO 
Federação das Cooperativas de Arroz do Rio Grande do Sul (Fearroz) - NÃO
Federação das Associações dos Arrozeiros do RS (Federarroz) - NÃO 
Instituto Riograndense do Arroz (Irga) - NÃO 
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) - NÃO 
Rede Arrozeiras do Sul (Rede Arroz) - NÃO 
Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul – SEAPDR -NÃO 
Sociedade Rural Brasileira (SRB) - NÃO 
Sindicato da indústria do Arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz-RS)  - NÃO 
Sindarroz MT - SIM 
Sindarroz MG - SIM 
Sindarroz SC - SIM 
Sindarroz TO - SIM 

Nova cabotagem é de interesse do Campo

Tramita no Congresso Federal Projeto de Lei 4199/20, que cria o Programa de Estímulo ao Transporte de Cabotagem. O "BR do Mar", como é  denominado o programa, tem tudo para num curto espaço de tempo, se aprovado, aliviar o custo de vários segmentos - inclusive o agropecuário. 

A base do programa é a redução das restrições para as contratações de embarcações estrangeiras por empresas brasileiras de navegação para operação entre portos do País. É o chamado afretamento. Pela legislação atual (Lei 9.432/97), uma empresa de navegação só pode afretar embarcações sem tripulação até o limite de 50% de embarcações de sua propriedade. E só poderá fazer isso se não houver uma embarcação brasileira disponível. 

Protagonismo rodoviário
Com os seus 8,5 mil quilômetros de costa, com 70% de sua população vivendo até 200 quilômetros do mar, o Brasil era para ser o campeão da navegação de cabotagem do mundo. Mas a navegação entre os portos brasileiros, correpondem por apenas 11% do transporte, sendo o rodoviário responsável por 65%.

Dobro 
No ano da greve dos caminhoneiros, 1 milhão de contêineres foram movimentados entre portos brasileiros. Esse número corresponde a mais de 1 milhão de viagens rodoviárias. O governo estima que, com a aprovação do projeto – enviado ao Legislativo com o pedido de tramitação em regime de urgência –, se possa chegar a 2 milhões de conteineres em 2022.

Mais aviões

A frota aeroagrícola do País deve crescer 3% neste ano pandêmico, segundo o  Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). A estimativa é de que a frota nacional possa chegar a 2.350 aeronaves, mantendo-se na segunda  colocação no ranking mundial, atrás apenas dos EUA. 

Essa informação foi dada pelo diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle (foto), num encontro on line, nesta terça-feira. O número foi buscado a partir de sondagens junto a representantes dos fabricantes de aeronaves agrícolas no Brasil e nos Estados Unidos.

Cadeia do leite se reúne 
A evolução do status sanitário do RS, alterações na inspeção de Produtos de Origem Animal, Programa Mais Leite Saudável e reforma tributária são algumas das pautas da reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite, da Secretaria da Agricultura, nesta quinta-feira, às 10h. 

Único com crescimento 
O PIB da agropecuária apresentou variação positiva de 0,4% no segundo trimestre de 2020, em relação ao primeiro trimestre do ano. Os dados são do IBGE. O setor foi o único setor entre os grandes da economia que apresentou crescimento neste período. Na comparação com o segundo trimestre de 2019, a agropecuária cresceu 1,2%. 
Nos demais segmentos, a maior queda no segundo trimestre foi na Indústria (-12,3%) e Serviços (-9,7%).

RÁPIDAS
Ausência - Qual o papel que teve nas discussões da TEC o "Te Mexe Arrozeiro", grupo, independente de produtores (e de não produtores), que de tempos em tempos se organiza. É só barulho mesmo?  

Milho - Nesta quarta-feira (02/09), às 9h, a Secretaria da Agricultura e a Emater realizam a quinta edição do Webinar Pró-Milho/RS, com o tema “Visão e Expectativa de Consumidores no Rio Grande do Sul”. A transmissão será ao vivo e simultânea pelo Facebook e pelo Youtube do Programa Rio Grande Rural da  Instituição.

Resultados - Nesta quinta-feira, às 11h, a Farsul vai divulgar os resultados do Campo Futuro 2020 no Rio Grande do Sul. O programa é uma parceria entre Sistema Farsul, CNA e Esalq/Cepea, que realizam o levantamento dos custos de produção das principais culturas do estado. 

Podcast - quarta-feira, 2 de setembro de 2020