Conheça a atuação e as histórias dos 15 escolhidos do Troféu Melhores do Campo 2017

Conheça a atuação e as histórias dos 15 escolhidos do Troféu Melhores do Campo 2017

Numa promoção do programa de rádio e portal ConexãoRural, o Troféu Mehores do Campo-Mãos que Semeiam teve sua noite de entrega na sexta-feira (15). Emoção e confraternização marcaram a festa, realizada no restaurante do Sindicato Rural de Camaquã. Foram 15 agraciados - Doze categorias e mais três prêmios especiais. 

A iniciativa deste ano teve o patrocínio da Associação dos Usuários do Perímetro de Irrigação do Arroio Duro (AUD), Fortral, Sicredi, Afcesa, Rancho King Sementes, Acesa e Associação dos Arrozeiros de Camaquã. E o apoio da Agrifel, da Fazenda Santa Tereza, Metalúrgica 4 Irmãos, MB2 Agronegócios, Sindicato Rural de Camaquã e Núcleo de Criadores de Cavalos Criuolos de Camaquã.   

Quem são e o que fazem os vencedores:

Maria Tereza Scherer Mendes

Troféu Antônio Carlos Vargas Longaray 

  A camaquense Maria Tereza Scherer Mendes é professora por profissão e uma altruísta por vocação. Hoje aposentada da rede estadual de Ensino, é formada em Letras, e pós graduada em Administração de Recursos Humanos e Supervisão Escolar pela PUC-RS.

Aposentada, mas não parada. Entre uma passeada e outra com os netos Ramon e Manoel, dona Maria Tereza tem voz e participação ativa na sua segunda casa: o Sindicato Rural de Camaquã, entidade a qual já serviu em diversos cargos diretivos, sendo sua presidente entre 2012 e 2015. A modernização do Parque e do seu espaço administrativo, a organização de eventos e feiras, e a criação da comissão de produtoras rurais são algumas das suas marcas do seu trabalho na entidade.

Por 13 anos, coordenou o Programa ALFA na Região. Neste período, foram milhares de cidadãos de todas as idades, alfabetizados nos cursos promovidos pelo Senar, em parceria com o Sindicato Rural de Camaquã.  Também foi divulgadora e integrante da comissão julgadora do Programa Agrinho.

A filha de Selmy e Ilza Scherer, esposa de Arilei Ribeiro Mendes e mãe de Arilei Filho e Aline, também tem forte atuação social, sendo voluntária de diversas entidades locais. Por sua trajetória, já recebeu diversos reconhecimentos públicos.

Dona Maria Tereza é atual diretora-secretária da gestão do Presidente Jorge Jaeger e integra a diretoria da Farsul, sendo uma das três mulheres que pertenceram e pertencem à diretoria da nonagenária entidade.

 

João Francisco Souza Aguiar

Troféu José Júlio Coutinho 

 

  Portoalegrense, nascido em 1962, João Francisco de Souza Aguiar é Bacharel em Ciências Contábeis, casado com a produtora Maria Elizabeth Santos de Souza e pai de Francisco e de Pedro Henrique. Nomeado há 36 anos na Companhia Estadual de Silos e Armazéns, a CESA, Francisco foi Chefe do Setor de Pessoal , Assessor da Gerência de Operações e Gerente das Filiais da CESA em Camaquã – cargo que atualmente ocupa. Pelas mãos, cabeça e jeito de agir de Francisco, a Cesa local se tornou uma das referências entre as unidades do Estado e a sua gestão é um contraponto convincente a ser usado por aqueles que defendem a manutenção da companhia sob a tutela pública. Ali se classifica, se armazena e se conserva 1 milhão de sacos de grãos por safra da região.

Mas vão além da sua eficaz gerência dos silos da estatal, as atividades “do Francisco da Cesa”. É membro da Associação Brasileira de Pós Colheita, é integrante do CITE 10 desde 2004, sendo o seu presidente em dois períodos. Há mais de 10 anos, integra o Conselho Municipal de Agricultura de Camaquã. Também presta serviço voluntário e social, sendo participante das diretorias da APAE Camaquã desde 2002. É o seu atual Diretor Financeiro.

É também membro ativo da Loja Maçônica Cedro de Sinai, tendo sido seu Venerável Mestre entre 2015/2017. Ele agora preside a comissão da construção de templo próprio da loja em Camaquã.

Francisco presidiu a Associação dos Funcionários da CESA, a Afcesa, no RS e atualmente a associação local dos funcionários. Também foi diretor-administrativo financeiro da Fundação Silos e Armazéns de Seguridade Social, o Silius - Fundo de Pensão dos Funcionários da CESA, sendo seu atual presidente do Conselho Fiscal.

Mas o principal reconhecimento mesmo para Chico é o dos produtores, de quem ao longo destes anos ganhou o respeito pela forma sempre transparente de conduzir as parcerias. E admiração, por ser um facilitador por natureza.  Mais do que isso, com seu jeito sereno, agregador, Francisco é um fazedor de amigos. E eles não são poucos.

 

Solismar Paulo Fonseca

Troféu Mendes Ribeiro Filho 

  Antes de ser o conceituado empresário de hoje, Solismar Paulo Freitas Fonseca foi um grande vendedor. Aliás, ainda o é. E como um vendedor diferenciado que se propôs a ser, apreendeu que além de ter que oferecer um ótimo produto, precisava de habilidade. Habilidade de encantar, de negociar, e, principalmente de respeitar, fossem  fornecedores, clientes ou funcionários.

Nascido em agosto de 1948, o filho da dona Jaci e do seu Laurindo Fonseca se apegou ao trabalho desde cedo. E se tem um binômio que ele conheceu bem antes da onda dos livros e palestras de auto ajuda que se propagaram foi “foco e persistência”. 

Sua história com o campo começa em 1979, ao começar a  plantar quando ainda era empregado de uma concessionária de veículos. Em 1982, veio a primeira lavoura em terra própria.  E depois, não mais parou, montando nos anos seguintes um bem estruturado sistema de produção de arroz. 

Em 1994, ao assumir o controle da Fortral Máquinas Agrícolas a elevou para o status de uma das revendas líderes no estado na comercialização de tratores e colheitadeiras.  No início do novo século, a compra da Fazenda Palma, com suas terras férteis e de boa irrigação, foi indutora natural da criação, em 2007, da Sementeira Rancho King. São 80 os colaboradores das empresas hoje. Junto à vida empresarial, foi conselheiro do IRGA, presidente da AUD, e da Associação dos Arrozeiros, além de diretor do Sindicato Rural de Camaquã. É também fundador do CITE 83 e ajudou no processo de transferência da gestão da Barragem do Arroio Duro.

 É casado com Gisela Longaray Fonseca. Mais do que esposa e mãe das suas três filhas Paola, Betania e Isabela, Gisela é a confidente, a sócia, a amiga. A namorada de 42 anos. 

 

Leomar Boeira da Costa

Agricultor Familiar 

  Um dos sete filhos de Maria Antônia Araújo e Genir Rodrigues da Costa, Leomar Boeira da Costa soube desde muito cedo que é o trabalho o único caminho para que se progrida de estágio.

Nascido no Passo da Guabiroba, acompanhou o pai nos ofícios de armador de concreto, mestre de obras e agricultor. Leomar se orgulha de o pai ter sido ferreiro do túnel da barragem do Arroio Duro. Ele também recorda de ajudar seu Genir a cortar arroz nas terras de Marcírio Longaray, do qual ganhava um percentual nas safras.

O esforço foi recompensado com seu Genir comprando a primeira chácara em 1973. Eram 12 hectares, na mesma localidade onde Leomar se criou. Ali, próximo de onde é a Barragem do Maria Ulguim, a família começaria sua produção de tabaco. Esteve com o pai até os 21 anos, quando se casou com Selenita, cuja união resultou no nascimento de Wagner, Walduir e Wanderlei. A próxima integrante do time vem ai. A Emilly, filha de Walduir - o do meio – com Flávia, e é esperada para janeiro.

 Depois de trabalhar como empregado, comprou a primeira chácara em 1988. Eram 14 hectares em Santa Auta. Neste período, entre um cultivo e outro de suas lavouras, mantidas em parceria com a Souza Cruz por 16 anos, construiu interior afora nada menos do que 50 estufas de fumo para colegas fumicultores. 

Leomar também se aventurou na vida pública se elegendo primeiro suplente de vereador em três eleições. Em 2013 assumiu uma cadeira no legislativo camaquense, ficando 3 anos e meio no cargo.

Atualmente, suas atividades são centralizadas nos 35 hectares da nova chácara, comprada em 2004 na localidade de Figueira Marcada. Ali, nas margens da Barragem do Arroio Duro, com o filho Walduir, planta 100 mil pés de fumo, cria gado de corte, tem piscicultura, e cultiva aipim e silagem. Assim como o pai, aliás, Walduir é um inquieto produtor. Estuda, experimenta, produz, perde e ganha. Evolui.

 

Eder Leomar dos Santos

Arrozeiro 

A vida acadêmica do engenheiro agrônomo Eder Leomar dos Santos foi tão brilhante como tem sido a sua vida profissional. Formado pela Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, da Universidade Federal de Pelotas, em 2003, Eder concluiu o seu mestrado em Ciência do Solo pela mesma UFPEL em 2005.

Dos tempos de academia, guarda com orgulho o Prêmio Jovem Cientista, na área das Ciências Agrárias, recebido em 2001, oferecido pela UFPel como incentivo aos estudantes de graduação que se destacavam em trabalho de pesquisa.

O amadurecimento veio cedo. Com a morte prematura do pai, o também produtor Vilmar Pereira dos Santos, Eder dividiu este período de estudos com as lavouras. Teoria e prática em tempo real. Tempo, que diga-se, aliviou, porém nunca – e quem sabe jamais – secará o ferimento da perda do herói em combate. 

E é deste pai guerreiro, querido, sensato e sobretudo de retidão exemplar é de quem ele carrega a inspiração para ser um produtor cada vez mais vencedor, um filho, irmão e esposo presente. Um humano mais aprimorado. E é orgulho o que sentem dele a mãe Leonir, a mana Neusa, o cunhado Arlei, os sobrinhos Samuel e Manoela, e a esposa Paula.

E é consorciado com esta coesa e valente família que Eder planta 750 ha de arroz e soja nas terras de várzea do Banhado do Colégio. Plantio que a cada ano se supera em qualidade, e em consequência, em produtividade. Eis ai uma faculdade que foi muito bem aproveitada.

O agir correto chamou a atenção de outras respeitáveis figuras, como a do produtor Almiro Bridi e seus pares, que viram nele outra nata virtude: a da liderança. Após participar do Conselho Diretor da respeitada e fundamental AUD a partir de 2010, foi eleito presidente em 2016, numa gestão que será concluída em 2018.

Ter muito conhecimento não significa se sentir mais do que ninguém; Imposição não é sinônimo de falar mais alto. Sabedoria é respeitar que está ao lado, é mais ouvir do que falar. É buscar à cada dia ser melhor. E Eder é um pouco de tudo isso.

 

João Francisco Bade Wolf

Pecuarista de Corte do Ano 

  A Fazenda Santa Maria foi o seu refúgio de infância. Mais mocinho, nas férias, saia com o capataz - Seu Eduardo -  campo afora para ajudar na lida. Recorria o gado, trabalhava na mangueira, castrava, marcava, vacinava. O piá sempre foi metido e a paixão pela pecuária foi crescente. 

Sem o pai Júlio Paulo Roberto Wolf, falecido quando o menino tinha 9 anos, o convívio com o avô João Ataliba se estreitou. Em 1986, conseguiu convencê-lo a investir na criação de cavalos crioulos. Nascia ali a premiada Cabanha dos Tapes, tendo à frente João Francisco Bade Wolf, então com 20 anos.

Com a falta do tio Luis Carlos, em 1993, João Francisco assumiu a administração da fazenda. Tinha 26 anos e teve que começar a tomar decisões importantes. Reconhece que dois fatores lhe ajudaram muito: o apoio dos agropecuaristas veteranos e suas idas ao Cite 9.

No mesmo ano de estreia como administrador, João ganhou as primeiras doses de semem cruzado de Angus e charolês. Com o nascimento dos terneiros, ele começou a estudar os cruzamentos, sempre tendo como base a raça britânica. Por 12 nos a atividade principal da fazenda foi a produção de touros Angus, comercializados nos leilões que promoveu em Camaquã. Tendo a criação de Angus e Brangus, mas sempre com o arroz como protagonista, se somou à integração a soja, o que fez a atividade ser ampliada com o arrendamento de outra área.

Além da sua atuação dentro da porteira, João Francisco possui uma extensa ficha de serviços prestados ao associativismo. Por seis gestões esteve na diretoria da Associação Brasileira de Angus, da qual atualmente é o vice-presidente financeiro. Assumiu este ano, uma das vice-presidências da Federação Brasileira das Associações de Animais de Raça (FEBRAC).  Também integrou e integra as diretorias dos Sindicatos Rurais de Tapes e de Camaquã.

Mas na sua trajetória, alguém merece um capítulo especial e ela atende pelo nome de Mariana. Ela fez e faz bem mais do que ter dado a João os filhos Rodolfo e Paulo Eduardo. E está na serenidade da esposa Mariana, o contraponto que ajudou sempre a canalizar para o bem a passionalidade do inquieto João Francisco Bade Wolf.

 

Willy Braatz

Pecuarista de leite 

  Na primavera de 1976, a incipiente produção diária da primeira vaca crioula era de apenas 5 litros. O leite era recolhido todas as manhãs há cinco quilômetros da propriedade pelo comerciante Mário Turow, que o revendia a clientes da cidade. Ali começava mais uma bonita história da nossa produção, que mescla dedicação a uma atividade, entusiasmo, profissionalismo, amor.

E quase quarenta anos depois da primeira inseminação, a produção de Willy Braatz é imensamente superior. Cada uma das holandesas produz uma média de 30 litros diários. E produzem bem por não serem comuns. As vacas são o resultado de uma escalada de melhora genética perseguida pelo filho de colonos pomeranos Ricardo e Frida e pai de Vera, Nelson e Délcio.

E quando explica as razões da qualidade – e também das  inúmeras vitórias dos concursos leiteiros nas edições da Expofeira de Camaquã, Willy simplifica do seu jeito: “A primeira é a genética; a segunda é a alimentação”. Entretanto, para chegar a esse estágio de excelência, seu Willy buscou informações, fez cursos, visitou propriedades-modelo, perguntou muito, e com sua facilidade de fazer amigos, fez muitos deles nessa trajetória.

O leite que sai da propriedade, onde até cinco anos, também ele cultivava tabaco, tem como destino a Coopar, de São Lourenço do Sul, depois de fornecer por oito anos à Cosulatti e antes para CCGL.

Mas como em toda a história de sucesso os percalços atrapalham. Para Willy e sua companheira de vida Elvira, o ano não tem sido o mais generoso. Além da baixa remuneração do leite, que marcou 2017, um acidente na propriedade, em agosto, que feriu dona Elvira, gerou grande susto à família, o que está a fazendo repensar a atividade para o futuro. Se recuperando, dona Elvira está chateada por a frente da casa não estar com o mesmo colorido das suas exuberantes orquídeas. 

 

Júlia Helena Berta Dornelles

Produtora Rural 

O Charolês foi à raça escolhida por Dirceu Neto Dorneles quando começou suas atividades pecuárias. O ano era 1977.  De lá pra cá, a ligação com a raça de origem francesa, sempre foi forte. A qualidade da genética desenvolvida pela Fazenda Tarumã sempre foi muito valorizada e premiada nas décadas seguintes.

Filha de Dirceu e Maria Isabel Berta Dorneles, Júlia Helena Berta Donelles, sempre esteve ligada, de uma forma ou de outra à propriedade. Na verdade, uma história voltada à produção primária. Primeiro, acompanhando o pai com a pecuária, depois o marido Sérgio Alfredo Silva, nas lavouras de arroz e soja.

Há quatros anos, Júlia, Sergio e os filhos Rafael, Natália e Vitória decidiram se reposicionar na tradicional atividade pecuária, para obtenção de melhores resultados, a partir do aprimoramento genético do rebanho.

Consequência disso é que já neste 2017, na Expointer, a Fazenda classificou a Melhor Exemplar da Raça, com o prêmio de “Suprema Grande Campeã”, e “Reservada de Grande Campeã”, além do prêmio de “Precocidade na Raça”. No Charolês, a Cabanha obteve a maior pontuação na feira deste ano.

Mas notícia melhor ainda viria: no último dia 07, quando Cabanha recebeu o inédito título de segunda melhor vaca charolesa do mundo, na avaliação de técnicos ligados à associação internacional da raça.

 Apesar de viver no universo rural, dona Maria Júlia é formada em Turismo e Pós Graduada em Gestão Empresarial. Além do campo, tem outras duas paixões. O neto Ignácio é uma delas. A outra é a arte. Ela desenvolve trabalhos em esculturas e joias, tendo participado de diversas exposições no Brasil e no Exterior. Sempre inspirada na natureza e nos animais.

 

Elder Mendes Longaray

Crioulista 

  O ano era 1978. Helder tinha 11 anos quando as primeiras éguas crioulas chegavam à Cabanha 25, criada pelo pai Antônio. Três anos depois, vinham à luz as primeiras crias do recém lançado  estabelecimento. As  participações em exposições, feiras e campeonatos da região e em Esteio, fez a 25 vencer grandes campeonatos de morfologia e de reservados.

A pedido do pai, em 1990 Helder assumiu a Cabanha 25, ligada à Fazenda Jacaré. Marcas mitológicas da raça crioula passaram pela Cabanha que fez investimentos e parcerias. BT Jade, Maragato, BT Faceiro do Junco (Bi Grande campeão da Morfologia de Esteio e Campeão do freio de Ouro), são alguns dos exemplos.

Além de criador, Helder passou a se destacar como ginete. Representando a sua Camaquã, venceu três campeonatos de paleteada em Esteio. Entre 1995 e 2012 participou de outras tantas ferrenhas disputas Rio Grande afora.  Em 2009 e 2010, montando as éguas da 25, venceu duas “Copas do Proprietário”.

Paralelo às atividades da cabanha, Helder tem uma vida dedicada à produção rural, trabalhando nas granjas de arroz e de soja ao lado do pai Antônio, falecido em 2016. A mãe Mary Nelma, faleceu no início deste ano.

Casado com Veridiana, Helder tem dois filhos: Tomaz e Vitor. Parceiros de fé, assim como Helder fora do seu pai e vice-versa. Vitor, inclusive, já vem disputado campeonatos e tem se saído muito bem. 

A lida com Crioulos o fez andar muito. Andando, fez amigos em diversos pagos. Têm no núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Camaquã amigos, cujas jornadas conjuntas o fizeram ser admirado e respeitado.

Mas Elder tem no pai uma presença vívida, constante.  E é do seu Antônio que herdou umas das coisas que mais preza nas relações interpessoais: a lealdade aos parceiros. E dela, Helder não afrouxa o laço.

 

Fernanda Scerer Guelling

Revelação Agro

  Respeitar a quem não se conheceu materialmente, honrar sua história e nome. É assim que administradora Fernanda faz a partir de cada nascer de dia com a memória do bisavô Caro Rodrigues Mendes. Foi ele quem fundou a Fazenda Tapera em 1942, uma das pioneiras da cultura de arroz irrigado da região de Camaquã, e que mais tarde passaria também a ser um criatório pecuário.

Aos 27 anos, Fernanda Scherer Gehling representa a quarta geração que abraçou a atividade. Deferência ao parente mais antigo, inspiração no pai e sintonia total com a mãe. De caro Mendes, a herança da paixão pelo campo – onde está todos os dias. De Fernando, a racionalidade, o foco; da mãe Gracy, a generosidade, o sorriso fluente, aberto. 

Fernanda é graduada em Administração de Empresas pela PUC-RS, tem MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas e em Liderança pela Anderson Universíty, no americano estado da Carolina do Sul.

Profissionalmente, atuou na área de Tecnologia da Informação das Lojas Renner, e nos Recursos Humanos da  Multinacional Gerdau S/A.

Integra os núcleos jovens da Associação Brasileira de Hereford e Braford, e da Farsul, da qual na Expointer 2017, foi agraciada com o concorrido Prêmio Gente do Campo. É fundadora e preside a Comissão jovem do Sindicato Rural de Camaquã.

Em 2016, representou a produção estadual no Programa  Jovens líderes do agronegócio da CNA. Seu projeto, “Um dia de CAMPO para uma VIDA no Campo”, levou informações e buscou valorizar o agro entre crianças de escolas da zona rural.

 

Fábio Guido

Ténico Agropecuário 

  Ao ser nomeado, em 1996, Técnico Agropecuário da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul, José Fábio Betemps Guido oficializava a materialização de um sonho iniciado bem antes, quando ainda brincava de tropa de osso, carro de lomba e trator de corticeira nas largas ruas da sua Pelotas. Um Guri urbano, mas com sangue rural. Já são 11 anos exercendo com total dedicação a função pública a qual aspirou. É lotado na Inspetoria Veterinária de Camaquã, onde já atuou na inspeção de produtos de origem animal e, hoje, está no setor de Defesa Sanitária. .

A carreira, porém, começara antes, quando se formou em 1990 no Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça - o CAVG velho de guerra -. O primeiro emprego foi aos 20 anos, na extinta Granja Ferrari & Bhomer. Depois foi empregado do Frigorífico Extremo Sul, do Armazéns de Grãos Jorge Zanetti e da Fazenda Liscano. Ele também foi empresário, por dez anos, no ramo de carnes.

Terceiro dos quatro filhos do casal Shirley e João, Fábio Guido é pai do zootecnista Leonel e da Designer Júlia. Já o caçula Bento é fruto da relação com a esposa Taciana, reconhecida por ele como aquela que lhe dá o suporte necessário para as jornadas longe da família. É ela que também lhe respalda e lhe inspira em outra atividade que também é sua marca: a música. Compositor, já venceu importantes festivais Estado afora. Suas músicas e suas declamações falam de campo, da lida, da rotina do homem rural gaúcho.

 

João Blanco

Médico Veterinário 

João Antonio Blanco é Médico Veterinário pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com formação em Produção Animal e Gestão de Agronegócios.

Atuou em empresa agropecuária do grupo Gerdau. Como colaborador da Marcon Assessoria prestou consultoria em propriedades nos municípios de Dom Pedrito, Alegrete, Uruguaiana e no Uruguai. Fixando residência em Camaquã, está há 19 anos à frente da administração da fazenda DD Ranch, em Cristal.

Totonho para os mais chegados, é sócio do Zootecnista Manuel Munhoz, na MB2 Agronegócios Empresa de Planejamento e Gestão de Sistemas de Produção Agropecuária.

O pai João Alberto também é veterinário. Quando a mãe Maria Tereza faleceu, cogitou fortemente voltar à sua Dom Pedrito para tocar a propriedade da família. Mas o ninho em solo camaquense já estava enraizado demais. É casado com Jociani Altmayer Blanco e desta relação vieram a Gabriela , o João o Pedro e a Luiza.

Toda vez que contar a sua história profissional, João Blanco terá que necessariamente citar uma figura emblemática dela. É o empresário e pecuarista Fernando Picoral. Em outubro se completou 19 anos que João foi contratado por Picoral para iniciar um plantel de limousin, a partir de quatro doadoras. O desafio era grande, já que a técnica de produção através da transferência de embriões ainda dava os primeiros passos. À frente do projeto, o veterinário contratou os melhores profissionais, investiu em infraestrutura e nutrição animal.

O segundo ato que marca a relação de lealdade com Picoral veio anos depois, quando ao receber um convite para fazer a gestão de um grande empreendimento agropecuário no Uruguai. Ao pedir demissão, ouviu do proprietário da DD Ranch  um rotundo Não. E o complemento de Picoral: “caso João peristisse com o pedido, que desse um jeito de vender a DD Ranch.  A demissão foi congelada e o  ano e meio seguinte foram entre o Uruguay e a Fazenda localizada na BR 116, a qual é o seu RT até hoje.

Rodrigo Schoenfeld

Engenheiro Agrônomo 

Existem duas formas de se encarar a profissão que se escolheu: fazer o básico, surfar numa permanente zona de conforto, sem maiores percalços. Ou se vai além, como se cada dia fosse um laboratório diferente, aprendendo, se frustrando, comemorando, crescendo. O agrônomo Rodrigo dos Santos Shoenlfeld escolheu a segunda.

Formado pela Ufrgs em 2006, com Mestrado em Química e Fertilidade do Solo, também pela Ufrgs em 2010, Shoenfeld  ingressou no Irga como estagiário em 2005, sendo contratado como pesquisador em 2006. Servidor de carreira da instituição, já passou pelas equipes de Solos e Águas, Agronomia, foi pesquisador, chefe de Equipe, Gerente da Divisão de Pesquisas e atualmente é assessor da Divisão de Assistência Técnica e Assistência Rural do Irga. Com trabalhos ligados a área de fertilidade do solo, nutrição de plantas, rotação de culturas, coberturas do solo e soja, Rodrigo é referência de competência do Irga e um dos mais conceituados profissionais da sua área no Estado e no país.

Entusiasta das novidades, mas conservador assumido quando o assunto é fazer o que a tradicional agronomia recomenda, no sentido de não comprometer as safras, Rodrigo tem se voltado nos últimos anos a auxiliar no aprimoramento do cultivo da soja em terras baixas. Idealizador e integrante ativo do Projeto Soja 6000, do Irga, o agrônomo recorre as lavouras do Rio Grande em busca das experiências positivas a serem copiadas, e as negativas para servirem de alerta. Vai a campo, conversa, pergunta, observa. O resultado é que a soja em rotação com o arroz vem obtendo gradativos acréscimos de produção e produtividade, com algumas propriedades já atingindo a marca das 100 sacas por hectare. 

O filho de Luiz Carlos Schoenfeld e Neida dos Santos Schoenfeld, marido de Antonieli Priebe Trevisan, e pai da Carolina, tem como referência profissional o professor Ibanor Anghinoni, segundo ele um “exemplo de profissional, orientador, conselheiro e amigo”. Outro profissional citado sempre por Rodrigo e que o influenciou  é o colega Roberto Jaeger, hoje servidor aposentado do Irga.

 

Henrique Dornelles

Liderança 

  O Alegrentense Henrique Osório Dornelles é graduado em engenharia mecânica pela PUC-RS desde 1998 e pós graduado em administração, com curso de Especialização em Gestão Empresarial pela UFRGS.

Antes de se dedicar exclusivamente a atuação rural e classista, Henrique passou por empresas trabalhando dentro do ofício da sua formação. Foi representante técnico da Volkswagen do Brasil - Caminhões e Ônibus -, e engenheiro Trainee da DHB-CA.

Desde 2012 é sócio administrador da Agropecuária Passo do Angico, de Alegrete, onde cultiva arroz; soja e cria gado numa área de 4100 ha. 

Henrique Dornelles tem dado importante contribuição ao setor orízicola, desde que assumiu a presidência da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, em 2007. Sua gestão foi até 2013. Em 2010, passou a ser também a ser vice-Presidente Fronteira Oeste da Federroz. E em 2013 assumiu o seu primeiro mandato à frente da Federroz. Em 2016 foi reeleito.

Como dirigente da entidade mãe da produção arrozeira, Henrique tem dedicado boa parte do tempo a lutas pontuais e outras permanenteS por melhores dias.

Além das demandas do setor junto aos órgãos públicos e setores privados, no sentido de valorizar o arroz, sobretudo com remuneração justa aos seus produtores, as gestões de Henrique na entidade tem sido marcadas pelo estímulo a uma maior profissionalização do setor– sempre com vistas a uma melhor colocação nos mercados – principalmente os de fora do país. A Federarroz também ganhou um escritório em Porto Alegre, onde passou a centralizar e organizar melhor suas ações.

Outra marca da gestão, e que tem relação direta com o perfil de Henrique Dornelles, é a sua capacidade de agregar as parcerias. A Federarroz possui hoje possui estreitas relações com Farsul, com Irga e outras entidades,  instituições e órgãos de relevo do agronegócio. 

É Casado com Luciana, com quem tem os filhos Ana Carolina e Pedro.  

 

Antônio da Luz

Parceiro do Agro

  Garimpar, processar e traduzir da forma mais acessível os números resultantes das multi conjunturas que se apresentam. Traduções essas que levarão à tomada de decisões individuais, a movimentos coletivos. E numa definição bem acabada, são dados preciosos, de alto valor. Será um economista também um artista? Talvez, afinal, estamos falando também de sensibilidade. E só quem a possui para tornar familiar o incompreensível.

Economista foi a profissão que Antônio da Luz escolheu. Ser um economista conhecedor, identificado com um setor carente de certezas é sua missão de vida. Nascido em Quarai, Fronteira Oeste, da Luz é formado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é Mestre em Economia pela mesma UFRGS e Doutorando em Economia do Desenvolvimento pela PUC-RS. É também pós-graduado em Master Business Ecónomics e Derivativos Financeiros.

Economista-Chefe do Sistema Farsul, Antônio é também Professor Titular das disciplinas de Comercialização e Microeconomia em cursos de Pós-Graduação (Especialização e MBA) na ESPM.

Verdade que para atingir um estágio de respeitabilidade profissional (e aqui abra-se e fecha-se parênteses: da Luz é um dos 89 economistas brasileiros e estrangeiros a serem consultados oficialmente pelo Banco Central para elaboração do abrangente relatório Focus)...para atingir isso é fundamental ser competente. Mas oportunidades e pessoas também são vitais. Das tantas mãos parceiras, como ele reconhece, as duas do presidente da Farsul Carlos Sperotto, definiram caminhos. “Trata-se de alguém que apostou em mim, quando eu nem estava pronto ainda”, agradece o economista. Sperotto acertou.

O filho de Scheila Regina Corrêa da Luz e de La Hire Flores da Luz Neto, e pai do Enzo, coloca como referência da sua carreira também a esposa.  Toda a trajetória vitoriosa até aqui, aliás, é dividida com Eliandra. A opção de Eliandra em abrir mão de uma de uma exitosa carreira como farmacêutica para apoiá-lo em seu projeto e coordenar a família é a maior prova de amor que poderia ter recebido.  Enzo também é grato!