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Leia e ouça - "Não temos nenhuma operação interrompida". diz superintendente do Porto de Rio Grande

 A afirmação, destacada como manchete deste texto, é do superintendente do Porto de Rio Grande, Fernando Estima, feita na edição deste sábado (21) do programa Conexão Rural, que vai ao ar nas rádios Acústica FM e Conexão Rural on line. 

Na entrevista (clique abaixo para ouvi-la), Estima explicou que a rotina do terminal também vem se adequando às mudanças impostas pelo avanço da pandemia do Coronavírus. O desafio, segundo ele, é manter o serviço funcionando, mas com uma estrutura mais enxuta, a fim de preservar a vida do maior número possível de trabalhadores. 

O Porto de Rio Grande foi o primeiro do país a adotar a proibição de desembarque das tripulações atracadas. "Isso é para proteger quem está em terra e nos navios", comentou Estima, informando que a medida foi bem entendida por todos. 

O superintendente coordenou uma conferência virtual na última sexta-feira (20), a qual reuniu representantes dos trabalhadores, agentes da guarda portuária e das capatazias, além das empresas que operam no terminal. 

Nesta mesma tele reunião ficaram acertadas outras providências, como a adoção de um plantão mínimo, mas que garanta a manutenção das operações. Funcionários que estão nos grupos de risco foram dispensados, assim como servidores das áreas administrativas. Alguns funcionários trabalharão em casa. 

Estrutura portuária 
Em 2019, o Porto de Rio Grande movimentou mais de 40 milhões de toneladas. A China é o principal destino do que é carregado no terminal, correspondendo a 60% das exportações.

Deste volume, 15 milhões foram de soja. Depois estão a celulose, madeira, glicerina e fumo. Por Rio Grande escoa 80% da mercadoria embarcada no Rio Grande do Sul que vai para outros terminais do país e do exterior. O restante é dividido pelos terminais de Porto Alegre e de Pelotas. 

Quebra de logística 
"É um momento de preocupação sim, mas temos que ter serenidade e consciência, pois as pessoas precisam de alimentos no mundo. O desafio é achar um equilíbrio entre o compromisso humanitário e o econômico", comentou Estima ao confirmar que houve uma quebra de logística no transporte transoceânico causada pela espera dos navios nos portos chineses, o que acabou gerando um déficit de contêineres, principalmente os refrigerados. "Mas é preciso que se diga", complementou o superintendente, "nenhum terminal portuário parou no mundo". 

Monitoramento constante 
A partir desta segunda-feira haverão teleconferências diárias, sempre às 10h da manhã. Nelas a Superintendência, empresas e trabalhadores irão ajustando as operações deste período de exceção. Também a partir desta segunda, os trabalhadores que atuam no porto terão a temperatura do corpo aferidas diariamente.

Por Alex Soares 

Entrevista com Fernando Estima, superintendente do Porto de Rio Grande - Conexão Rural 21 de março de 2020