Compras mexicanas de arroz do Brasil começaram a ser articuladas em 2017
Onze conteiners de arroz beneficiado estão no Porto de Rio Grande aguradando embarque 11 para o México. A notícia do primeiro negócio realizado pelos brasileiros está sendo comemorada pela Federarroz, que luta pelo há pelo menos três anos, ao lado do Irga, para abrir essa nova frente de comércio.
As negociações começaram em abril de 2017, quando uma representação gaúcha, liderada pelo então presidente da Federarroz Henrique Dornelles e pelo diretor comercial do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) Thiago Barata estiveram no México. A constar - esse cargo que era ocupado por Barata está vago há mais de um ano.
Na ocasião, os dirigentes tiveram a companhia do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra, que abriu portas. Entretanto, as negociações não evoluíram no ritmo imaginado e é muito provável que, à época, pressionado pelo governo americano recém empossado de Donald Trump, que ameaçava construir um gigantesco muro na fronteira dos dois países para frear o fluxo ilegal de imigrantes , o governo Mexicano tenha usado o Brasil para causar desconforto entre Trump e arrozeiros americanos. Uma expressiva quantidade do cereal produzido em terras ianques é comprada pelos mexicanos.
Após grande hiato da conversas, as exportações para os mexicanos somente voltaram à pauta em maio deste ano, quando a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, após reunião no Japão, com o secretário da Agricultura e Desenvolvimento Rural do México, Victor Arámbula, anunciou futura vendas a eles em troca de compra de feijão mexicano.
Para o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, a expectativa é que este embarque seja apenas o primeiro e que em breve também haja a exportação do arroz em casca do Rio Grande do Sul, que produz cerca de 70% do cereal no país, para o território mexicano. "Esta é uma confirmação que faz muito tempo que vem sendo trabalhada com as entidades e com o apoio do Ministério da Agricultura no sentido de viabilizar esta exportação", observa.
Por Alex Soares e Nestor Tipa Júnior/AgroEffective