O ICMS do arroz não vai mudar porque a Indústria não quer

O ICMS do arroz não vai mudar porque a Indústria não quer

Segunda-feira, Expointer. Logicamente que um dia de bem menos movimento do que nos do fim de semana, mas o parque, sim, esteve movimentado. Como já é tradição, este dia foi também o do arroz, aqui em Esteio. Depois de um debate na casa da RBS, pela manhã, com entrega do selo ambiental a produtores, no final, ao meio dia houve na casa do Irga o lançamento da 30ª  Abertura da Colheita do Arroz, a ser realizada em fevereiro, novamente em Capão do Leão,a na Zona Sul.

A presença do governador Eduardo Leite neste almoço gerou certa expectativa de que alguma novidade em benefício do setor poderia ter sido anunciada. Mas não. 
Mais cedo, numa coletiva de imprensa que Leite concedeu no parque, perguntei a ele qual o encaminhamento dado pelo governo ao pedido da Federarroz e da Farsul para mexer no ICMS do arroz em casca, o que teoricamente, aqueceria as vendas para indústrias de fora do estado. 

Leite foi honesto, dizendo que num movimento oposto, as indústrias não admitem a mudança no imposto e que um estudo estaria sendo feito para analisar os impactos econômicos, a partir da decisão. A  mesma fala foi repetida no almoço.  

Pressentimento deste repórter: não haverá mexida alguma no ICMS do arroz. Quando os barões da indústria do arroz entram em campo - e sempre que entram jamais é para ajudar o produtor -, é jogo jogado.

Argumentos é que não faltam para o governador tentar convencer os empresários. O fato de os arrozeiros já estarem a dez anos usando a maior parte dos R$ 0,62 que lhes são cobrados por saca para alimentar o caixa único do estado é um deles. E fazem resignados, são compreensivos por causa da penúria das contas públicas.  
Ou poderia lembrar também aos barões da indústria que essa é uma cadeia produtiva desigual, que só um lado tem ganhado e que poderiam dar, ao menos uma vez, uma pequena parcela de sacrifício. 

Mas como parece que nada sensibiliza o pessoal do engenho, o 2019 vai encerrar novamente com o ICMS sem modificações e os arrozeiros assistindo a esse próspero e inteligente setor comemorando mais um esplêndido balanço de fim de ano. E com ótimas projeções para o ano seguinte.  

Por Alex Soares