Saiba no que aposta o presidente da Federarroz para vencer a crise arrozeira

Saiba no que aposta o presidente da Federarroz para vencer a crise arrozeira

 "É o momento de encontrar as soluções definitivas para a questão estrutural da lavoura". Essa foi uma das afirmações repetidas pelo presidente da Federarroz, o produtor rural Alexandre Velho, nas duas palestras que proferiu entre a noite de terça-feira (20), quando participou do 5º Ciclo de Palestras do Sindicato Rural de Tapes, e o início da tarde de quarta-feira (21), quando falou na Reunião-Almoço do Sindicato Rural de Camaquã. 

Para Velho, mesmo que negociações venham sendo intensificadas e, partir delas, o setor estar se beneficiando, como a recente prorrogação dos custeios, "é preciso bem mais", defendeu. 

O dirigente se referiu as articulações no âmbito federal para solucionar o problema do endividamento dos arrozeiros. "A demanda já teve a sinalização positiva do governo Bolsonaro e está sendo tratada no Ministério da Agricultura e no da Fazenda", informou Velho, que tem sugerido uma negociação com ao menos 15 anos de prazo e juros de 4% ao ano.  

Pela parte fazendária, entretanto, ele disse que em caso de a proposta ser aceita, haverá contrapartidas a serem cumpridas pelos produtores, como melhorar a gestão das lavouras e reduzir custos, como por exemplo, a revisão dos contratos de arrendamento. 

Alexandre Velho se mostrou otimista com a futura tramitação da reforma tributária brasileira. É a chance, de acordo com ele, para corrigir históricas distorções, que fazem com o que empresas do centro do país prefiram importar a comprar do mercado doméstico, com o custo do ICMS embutido. 

Em relação ao ICMS, a Federarroz e a Federação da Agricultura do RS encaminhou novo pedido ao governo estadual para isenção temporária do arroz com o objetivo de retomar a competividade no mercado doméstico e assim recuparar padrões mais satisfatórios de preços. Ainda não houve posicionamento oficial por parte das autoridades do Palácio Piratini. 

Exportações 
Ele também tocou em outros pontos, como exportação, informando que mesmo com a demora desde o anúncio, o mercado mexicano começa a ser aberto na prática com a venda do produto beneficiado, num primeiro momento.  Alexandre também citou as praças da Nicarágua e do Panamá,  na América Central, como prováveis futuros compradores do arroz brasileiro. 

Perdas generalizadas  
Por outro lado, Velho se mostrou preocupado com o futuro da produção gaúcha de arroz, já que a área plantada vem sofrendo diminuições neste últimos anos e o número de produtores, que já foi de 9.032 no Rio Grande do Sul, hoje é de 5.829. 

O desistímulo e a crescente incapacidade de o produtor investir na lavoura é apontado por ele como principais causas pelo declínio. "Além dos produtores, o cenário traz prejuízo a muito mais gente, como os trabalhadores que atuam nas lavouras, aos comerciantes e aos prestadores de serviços locais", enfatizou.

Lançamento 
O presidente da Federarroz também convidou os públicos das duas palestras para o lançamento da 30º Abertura da Colheita do Arroz, durante a 42º  Expointer, na próxima segunda-feira, 26 de agosto, na casa do Irga.   

Por Alex Soares