"O Plano Safra teve avanços, mas os juros continuam incompatíveis", comentou Mânica ao Conexão

Entrevistado no Conexão Rural deste sábado (22), o presidente da Cotrijal, Nei Cesar Mânica elogiou as novidades apresentadas no Plano Safra 2019-2020 anunciado na última semana, mas ponderou que as taxas de juros aplicadas nos financiamentos continuam altas. 

Para Mânica, que participou em Brasília no anúncio, o principal destaque do programa, que vigora a partir de julho, é o ganho com a a injeção de recursos no seguro rural. "É uma segurança a mais que o produtor tem para o caso de uma catástrofe na lavoura, evitando endividamentos futuros", comentou ele ao programa que vai ao ar na Rádio Acústica FM. 

O idealizador da Expodireto elogiou outros avanços do plano, entre os quais os R$ 500 milhões destinados à compra de habitação por agricultores familiares via Pronaf, assim como outras linhas anunciadas, que irão abranger mais nichos da atividade. 

O dirigente, porém, classificou como incompatíveis os juros aplicados, principalmente nas linhas direcionadas às empresas rurais. "Há alguns anos atrás, tínhamos uma inflação de 15%, uma Selic de 14,5% e pagávamos de 7 % a 8% de juros. Hoje a inflação não chega a 4%, a Selic é de 6,5% e contiunuamos pagando os mesmos 8% de juros", comparou. 

Soja: regra é compensar custos com mais produtividade 
Nei Cesar Mânica também fez uma avaliação positiva das últimas safras de soja no estado e no país, apesar das oscilações de preços causarem certa insegurança aos produtores. Ele destacou que existe um enorme potencial para a produção do grão nos próximos anos em função do aumento do consumo, sobretudo de proteína animal no mundo. 

Entretanto, o dirigente pondera que paralelo a este potencial de crescimento, as exigências aumentam, assim como o custo de produção. "Toda essa tecnificação, a agricultura 4.0 e a conectividade são bem vindas e temos que tirar o máximo de proveito, mas isso também signfica investimentos. E para equalizar isso, precisamos focar na maior podutividade, para assim termos mais renda", raciocinou o dirigente na entrevista dada a Alex Soares. 

Proibição do 2,4-D seria um retrocesso
O presidente da Cotrijal, que é produtor de soja e trigo na Região do Planalto Médio, falou também sobre a polêmica envolvendo o uso do herbicida 2,4-D na soja. Para Mânica, a proibição significaria um retrocesso à produção. "Agora, porque um motorista imprudente causa um acidente, gerando vítimas e estragos, irão decidir em parar com toda indústria de automóveis no mundo?", questionou. 

Para Mânica o caminho para um solução do 2,4-D passa pela  regulamentação da sua alicação terrestre e pelo estabelecimento de uma severa e justa penalização a quem não cumprir as regras.

Ouça abaixo a entrevista abaixo, concedida neste sábado, 22 de maio. 

 

Nei Cesar Mânica, presidente da Cotrijal