Os prós e contras de um novo terminal portuário gaúcho

Os prós e contras de um novo terminal portuário gaúcho

A edição de sábado, 6 de abril, do programa Conexão Rural teve como temas a viabilidade, necessidades e efeitos da construção de um novo terminal portuário no Rio Grande do Sul. 

Defensor da instalação de um porto no Litoral Norte, o senador Luis Carlos Heinze (Progressistas-RS) apresentou as razões que o levaram a movimentar o projeto, que fora lhe apresentado em 2018 pelo ex-prefeito de Passo Fundo Fernando Machado Carrion, mas cuja ideia é mais antiga, remontando aos tempos do império e, mais tarde, ao governo Getúlio Vargas, quando técnicos alemães e ingleses fizeram estudos para instalação de um porto no litoral Norte do Estado, mais precisamente em Torres.

Nos argumentos do senador está a redução do custo logístico que um novo proporcionaria, principalmente o das empresas do polo metal mecânico da serra gaúcha. Heinze também destaca o investimento, de cerca de R$ 1 bilhão previstos, que seria todo de origem privada, não onerando os cofres públicos do Estado ou da União.

"Eu sou senador eleito por eleitores de todo o Rio Grande do Sul, e não tem como não pensar que de Caxias ao Litoral são apenas 200 quilômetros pela Rota do Sol, distância bem menor do que para Rio Grande. Esse pessoal também não tem ferrovia, hidrovia e estrada duplicada para chegar ao Porto", justificou Heinze ao defender a construção, cujos estudos de maregrafia e batimetria já teriam sido encomendados.

Contraponto

Também ao vivo, o superintendente do Porto, Fernando Estima, fez um contraponto aos defensores do projeto, dando a entender ser mais lógico investir em ramificações de transporte até o porto do que construir um outro terminal.

O fato de o projeto de um porto em Torres ser alvo de estudo ainda no período do Império se sustenta, mas lembremos que entre esse projeto e o de Rio Grande, se optou pelo existente", lembrou Estima. Outra qquestão, provocou, "Somados os cinco portos de Santa Catarina, eles não chegam a 70% do movimento do terminal gaúcho".

Em relação ao investimento privado, que para Estima, até aqui não passa de especulação, ele lembra que somente em dragagem os governos federal e estadual estão investindo R$ 380 milhões neste início de ano, complementando que a operação é uma realidade, já que, segundo ele, "Não existe calado natural".

"Eu sugiro ao senador e a este grupo bem intencionado de lideranças públicas e privadas que conversem com o setor de engenharia portuária o qual possuímos, a fim de que sejam lhe disponibilizado mais dados técnicos e assim canalizar essa energia em outras alternativas", sugeriu elegantemente o superintendente.

O programa de sábado também entrevistou o presidente reconduzido do Irga, Guinter Frantz e debateu os desdobramentos da deriva do químico 2,4-D das lavouras de soja nas videiras de algumas regiões do Estado. Consultor jurídico do programa, o advogado Valtencir Gama acredita que o caso deverá ser mesmo judicializado.

Por Alex Soares 

Entrevista Fernando Estima, superintende do Porto de Rio Grande
Luiz Carlos Heinze, senador
Entrevista com Antônio Carlos Bacchieri, presidente da Câmara de Comércio de Rio Grande, concedida no Conexão Rural deste sábado