Prejuízos na uva com o 2,4-D, o substituto de Novacki e a Irrigação em nova pasta
Produtores de uva sofrem com a negligência de vizinhos da soja
A Secretaria Estadual da Agricultura tem até o dia 14 de dezembro (deste ano) para enviar um relatório técnico sobre os efeitos do dessecante 2,4-D ao Ministério Público Estadual. O órgão foi acionado por produtores de uva da Fronteira Oeste e da Campanha após mais uma enxurrada de perdas de produção causada pelo produto.
É consenso entre técnicos e entre os próprios produtores que o poder do 2,4-D causa efeitos negativos nas parreiras. Tanto que a sua defesa, feita pelas empresas, vem sempre acompanhada da recomendação sobre os respeito às técnicas de aplicação para evitar a deriva.
Não sendo observada a combinação de vento, umidade do ar e temperatura, a aplicação pode ser fatal a vegetais distantes num raio de até 20 km. No caso dos parreirais, o princípio ativo atinge diretamente o desenvolvimento hormonal das plantas, fazendo com que os frutos não amadureçam, os galhos cresçam com descontrole e as folhas tenham má-formação.
O problema não é de agora e a própria Farsul já alertou sobre os cuidados de aplicação deste defensivo de combate a daninhas e que é certificado por Anvisa, Ibama e Mapa.
Perdas expressivas
Como não está funcionando com conversa, o jeito deverá ser estabelecer legalmente a partilha dos prejuízos entre aplicadores, produtores e técnicos das lavouras onde são aplicadas as cargas de 2,4-D.
As perdas dos parreiras da Fronteira Oeste e da Campanha, onde se plantam 1.500 hectares e podem chegar a 40% nesta safra, 10% a mais do que o ciclo de 2017. Mas também há relatos de perdas em outras regiões, como a Central. Normalmente, a uva é colhida na transição de ano.
Em respeito aos vitivinicultores, uma solução urgente precisa ser dada.
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Infraestrutura com mais agricultura
O ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro será Tarcisio Gomes de Freitas. Engenheiro Civil com formação militar, ele é ex-diretor do DNIT.
O Ministério da Infraestrutura passa a ter sob o comando de Freitas uma ingerência maior em assuntos do setor rural, já que irá absorver o setor de recursos hídricos e desenvolvimento regional, atualmente sob a responsabilidade do Ministério da Integração Nacional.
O superministério também puxará a pasta dos Transportes, Portos e Aviação Civil.
O sucessor de Novacki
Candidato derrotado pelo PSD a vice-governador de MG na última eleição, o ex- deputado federal Marcos Montes é o nome escolhido pela futura ministra Tereza Cristina para assumir a Secretária Executiva do Ministério da Agricultura.
Montes, que já presidiu a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) é o segundo nome anunciado por Cristina. O primeiro foi o de Nabhan Garcia para os Assuntos Fundiários.
Prontas respostas
A lembrar, o atual secretário Executivo do Mapa é Eumar Novacki, homem de plena confiança do ministro Blairo Maggi. Com domínio da pasta, foi Novacki quem descascou um dos piores abacaxis do Mapa dos últimos tempos, que foi a operação Carne Fraca, em 2017.
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Reconhecimento 1
Sete diretores da atual gestão da Farsul tiveram os seus trabalhos reconhecidos. Foi na última segunda-feira (26), durante assembleia da entidade. São eles:
Vilson Turchetti (Jaguari)
Pedro Piffero (Alegrete)
Mauro Flores (Candelária)
Jorge Rodrigues (Santo Augusto)
Julio Silveira Filho (Uruguaiana)
Jaime Stefanello (Fortaleza dos Valos)
Vasco Miranda (Santo Antônio das Missões)
Nenhum destes nomes compõem a nova chapa que assume a federação a partir de janeiro.
Reconhecimento 2
A deputada federal e futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda e o jornalista Valteno Oliveira são os agraciados do ano do Prêmio CNA Agro Brasil. A entrega ocorre no dia 4 de dezembro, em Brasília.
Por Alex Soares