Brasil terá de importar R$ 1,5 bilhão em trigo para suprir consumo interno

Brasil terá de importar R$ 1,5 bilhão em trigo para suprir consumo interno

O triticultores mais uma vez saem frustrados ao final da safra. Das 2,5 milhões de toneladas sonhadas pelos produtores gaúchos no final do inverno, é muito provável que a produção chegue arranhando na marca de 1,8 milhão de t. Na transição de agosto para setembro as lavouras só deram para trás, com chuva e geada. Em outubro, foi a vez do vento acamar um número significativo de lavouras. Das plantas que resistiram até o final, a maioria foi colhida com um PH baixo bem abaixo do ideal, com alto índice de micro toxinas e com giberela.

Como a produção paranaense também tem uma expressiva quebra, não atingindo 2 milhões de toneladas, os moinhos terão de importar 7,5 milhões de t. para poder atender a demanda nacional de consumo. Somente o RS vai importar 500 mil t.

Estamos falando de algo em torno de R$ 1,5 bilhão que poderia ficar na nossa própria cadeia produtiva e isso não é pouca coisa”, avaliou Hamilton Jardim ao programa Conexão Rural do último sábado (24). Ele preside a Câmara Setorial Nacional das Culturas de Inverno e preside a Comissão do Trigo da Farsul.
Drástica redução 
Jardim lamenta o revés meteorológico do final de agosto, mas também pondera que a falta de valorização dos últimos governos à cultura desestimulou a produção, que em 1986 teve a participação de 35 mil produtores que semearam o trigo em 2,5 milhões de hectares. Não existem números precisos sobre a queda do número de triticultores no RS, mas a redução da área para 700 mil ha em 2018 dá uma pista que ela foi forte.

Novo perfil 
Jardim informa que os que resistem são produtores de médio e grande porte, que rotacionam com o milho. “É gente que pode arriscar, que investe forte em preparo, aplicações e manejo para obter produtividades de 70 sacas/ha”, disse ele. O custo do hectare de trigo é de 55 sacas/ha na média.

Efeito colateral 
Qualidade baixa, preço idem, com a saca de 60 kg sendo paga na pedra entre R$ 32 e R$ 38,00 no RS. Riscos, falta de uma política pública adequada, condições desfavoráveis para competir com o produto do Mercosul, a ausência de um seguro agrícola que dê segurança a quem produz e preços baixos fazem com que a área semeada de trigo do Estado seja de apenas 10% do potencial semeável da cultura, já que soma dos da área plantada de soja e milho é de 7 milhões de hectares.

Cenário leiteiro  
Para marcar os seus 15 anos de fundação a Rede Leite e suas oito instituições mantenedoras do programa realizam, nesta quinta-feira (29), o 4º Fórum da Rede Leite. O evento inicia às 8h30, no Salão de Atos do Campus da Universidade Regional do Noroeste do RS (Unijuí). Entre as integrantes da rede estão universidades gaúchas, Embrapa e Emater.  

O fórum irá mostrar os resultados alcançados neste período. Também vai apresentar os dados que reforçam uma máxima do setor: o número de produtores pode cair, mas o da produção não.   

Darwin 
Nos últimos três anos o número de produtores de leite de 44 municípios da região Noroeste caiu de 13.659 para 10.029 produtores. A produção, entretanto fechará 2018 com 790 milhões de litros, contra 800 milhões de litros produzidos no ano de 2015.

A cadeia do leite tem provado que os produtores mais organizados estão mais preparados para solavancos econômicos-comerciais. São esses os que permanecem na atividade.  

Outra do Mercosul 
Nos dez primeiros meses deste ano o Brasil importou 121,6 mil tonelada de leite e seus derivados, somando um valor de US$ 384,7 milhões. Mesmo com recuo de 17.9% do volume importado no mesmo período de 2017,  a série de 10 anos de déficit da balança comercial do leite continua.  

Segundo os mesmos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o leite em pó é o produto mais importado, com 77,3 mil toneladas. Ou US$ 219,84 milhões. Os que mais vendem lácteos para o Brasil são Argentina e Uruguai, com 53,2% e 38,0%, respectivamente. 

Dia de Campo 2019
Equipes do Irga, da AUD e da Embrapa já trabalham no preparo do Dia de Campo 2019. Será no dia 14 de fevereiro, a partir das 8h da manhã, na Colônia Experimental da BR-116, em Camaquã.  

Serão abordados entre os temas o melhoramento das cultivares, a adubação em arroz, soja e milho, controle de daninhas, manejo de doenças, sistemas de irrigação e densidade de semeadura. 

Apoiam a promoção a Assossiação dos Arrozeiros de Camaquã, Sindicato Rural de Camaquã e o Conexão Rural. 

Agroindústria familiar
Foi inaugurada nesta segunda-feira (26,) em Tapera, a quarta  agroindústria familiar neste município. Desta vez, foi a  Panificados Henn, que tem como sócias Luciana Henn e a cunhada, Sônia Henn. 

Entre os compradores das sócias está a prefeitura de Tapera, que adquire produtos para oito escolas da sua rede. 

A agroindústria Tapera é uma das mais de 3.260 agroindústrias familiares do Rio Grande do Sul que aderiram ao Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf).